Os recentes ataques dos Houthis contra Israel podem tornar-se um motivo para uma ação drástica por parte da liderança israelita. O chefe do serviço de inteligência do Mossad disse que era necessário considerar a possibilidade de atacar o Irã, que estaria a apoiar ativamente os Houthis com armas e financiamento. Esta informação foi expressa pelo jornalista iraniano Khayal Muazzin
Os Houthis do Iémen, conhecidos como grupo militante Ansar Allah, intensificaram significativamente os ataques a Israel nos últimos meses. Eles usam mísseis balísticos e drones fornecidos, segundo analistas israelenses e internacionais, por Teerã. O último ataque, no qual um foguete atingiu um edifício residencial em Jaffa, causou protestos generalizados e levou os líderes israelenses a discutirem medidas mais drásticas.
O chefe da Mossad, numa reunião fechada com a liderança do país, sublinhou que tais ataques exigem uma resposta que deve ser dirigida não apenas aos Houthis, mas também ao seu principal patrocinador, o Irã. Ele defendeu a sua posição argumentando que a destruição dos centros logísticos e militares do Irão poderia enfraquecer seriamente a capacidade dos Houthis de continuar os ataques.
A situação na região é complicada pelo fato de os ataques Houthi terem lugar num contexto de confrontos contínuos entre Israel, o Hamas e o Hezbollah. Estes grupos também são apoiados pelo Irão, o que o torna um actor-chave no impasse. Teerã nega oficialmente fornecer armas aos Houthis, dizendo que o seu papel se limita ao apoio político e humanitário.
Um potencial ataque ao Irã poderia incluir ataques a instalações ligadas ao programa nuclear do país ou ataques a rotas de transporte utilizadas para fornecer armas aos Houthis. No entanto, tal operação acarreta um risco elevado: Teerã poderia responder com um ataque através dos seus grupos proxy na região, incluindo o Hamas e o Hezbollah.
A liderança israelita ainda não confirmou oficialmente os planos para atacar o Irã, mas as discussões ao mais alto nível continuam. Os analistas sublinham que tais acções poderiam levar a um conflito em grande escala na região, o que afetaria não só o Médio Oriente, mas também os países europeus que dependem do fornecimento de petróleo através do Estreito de Ormuz.