A posição do presidente da Rússia, Vladimir Putin, pelo diálogo e um fim da escalada dos ataques no conflito palestino-israelense foi elogiada nesta sexta-feira (13) pelo movimento Hamas.
“Em nosso movimento Hamas, valorizamos muito a posição do presidente russo, Vladimir Putin, em relação à atual agressão sionista [israelense] contra nosso povo e sua oposição ao bloqueio de Gaza, à interrupção dos suprimentos de ajuda e aos ataques contra civis lá”, afirmou o movimento em um comunicado.
O Hamas ainda repercutiu os “esforços ativos da Rússia para deter os ataques israelenses na Faixa de Gaza”. Diante de um crescimento das tensões, Israel chegou a dar 24 horas para que 1,1 milhão de pessoas evacuem a porção norte do território, o que foi condenado pela ONU e vários outros países.
Nesta sexta, o presidente russo declarou que Moscou está pronto para uma mediação entre o movimento palestino Hamas e Israel. Putin destacou que o objetivo das negociações deve ser a implementação da fórmula de dois estados das Nações Unidas (ONU), que prevê a criação de um Estado palestino independente com sua capital em Jerusalém Oriental, que possa coexistir em paz e harmonia com Israel.
Ao mesmo tempo, Putin observou que Israel também sofreu um ataque sem precedentes e tem o direito de se proteger. Porém, condenou a dimensão da atual contraofensiva.
Escalada das tensões
Em 7 de outubro, o movimento palestino Hamas lançou milhares de foguetes da Faixa de Gaza em um ataque sem precedentes. Além dos bombardeios, infiltrou militantes armados nas áreas fronteiriças do sul de Israel, levando o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a declarar que o país “está em guerra”.
Em resposta ao ataque surpresa do Hamas, o Exército israelense mobilizou mais de 360 mil reservistas para uma possível ofensiva terrestre.
Desde 9 de outubro, Israel impôs um bloqueio total à Faixa de Gaza, cortando o fornecimento de eletricidade, combustível, alimentos e água. Já a reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta sexta para construir uma saída à crise humanitária na região terminou sem acordo.
As hostilidades causaram mais de três mil mortos e dez mil feridos, de acordo com autoridades médicas palestinas e israelenses. Além dessas vítimas, cerca de 150 reféns teriam sido capturados pelo Hamas em território israelense.
Além disso, o conflito já deixou quase 340 mil pessoas desabrigadas em Gaza, conforme relatório publicado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).