Safiq Biswas é um cristão de origem muçulmana que vive no Norte de Bangladesh. No dia 10 de agosto, durante a crise política violenta que afetou o país, a casa de Safiq foi atacada enquanto ele estava trabalhando na roça da família. A violência afetou diversos cristãos locais e demanda orações da igreja global pela Igreja Perseguida em Bangladesh.
No momento do ataque, a filha de Safiq ligou para ele pelo telefone e pediu que voltasse rapidamente do campo para casa porque um grupo de muçulmanos locais havia se reunido em frente à casa e começava a atacá-los. O grupo gritava “mandem embora os cristãos de Bangladesh” e outros discursos anticristãos enquanto procuravam Safiq.
“Esse homem é o líder dos cristãos nessa área. Ele está convertendo as pessoas em seguidores de Jesus. Engana muçulmanos inocentes pelo caminho errado. Então ele não tem direito de ficar aqui. Deve sair do vilarejo! Esse tipo de pessoa deve morrer”, diziam os radicais em frente à casa de Safiq.
Saqueados e assediados
Eles saquearam a casa e quebraram a cerca da casa do cristão. Poucos dias depois do ataque, Safiq voltou para casa e viu o rastro de destruição. “Eles fizeram o que bem entenderam, se vingaram de mim atacando minha casa e ninguém os impediu. Não pude acreditar no que vi quando voltei. Tive sorte de não estar em casa quando eles vieram, senão seria morto. Deus me protegeu ao me mandar para o campo. Agora minha família está abrigada na casa de diversos parentes”, conta o cristão.
De mesmo modo, Rafiqul Biswas e sua família foram afetados pelos ataques violentos. Eles são a família mais perseguida no vilarejo em que vivem no Norte de Bangladesh. Antes da violência em agosto deste ano, eles já eram alvos de assédio e pressão dos vizinhos.
Mas, no dia 5 de agosto, com a saída da primeira-ministra, os vizinhos zombaram dos cristãos dizendo: “Quem os protegerá agora? A primeira-ministra fugiu para a Índia. Ela foi deposta”.
Socorro para as famílias atacadas
Conforme a oposição crescia, Rafiqul percebeu que sua família corria risco de vida. Por isso, logo escondeu todos e quando terminou de proteger a esposa e os filhos, um grupo de radicais apareceu em sua porta e perguntava aos vizinhos: “Onde está Rafiqul? Onde ele está escondido?”. Frustrados por não o encontrar, o grupo foi embora gritando que o cristão nunca mais deveria voltar ao vilarejo e que, se ousasse fazer isso, enfrentaria duras consequências.
Próximo à região, Moktakim, um evangelista de 46 anos, também era vítima frequente de assédios por ser cristão. Quando a crise começou, ele passou a tomar ainda mais cuidado nas palavras que usava ao conversar com os muçulmanos em sua comunidade e passou a circular menos no vilarejo para não chamar atenção.
“Todos estava com raiva de mim porque evangelizava muçulmanos. Quando fui ao mercado para buscar itens de necessidade emergencial, eles zombaram de mim e me insultaram. Eles intencionalmente me provocavam, esperando que eu deslizasse e pudessem me atacar. Mas eu não me irei. Apenas os ignorei e consegui sair dali”, conta Moktaim.
Parceiros locais da Portas Abertas estão trabalhando ativamente entre a comunidade de cristãos perseguidos, como Moktaim, Rafiqul e Safiq, afetados pela crise que precisam de ajuda. “Estamos em contato com cristãos de várias partes do país, pois estamos com muitas restrições de deslocamento. Mobilizamos todos, pastores, parceiros locais, evangelistas, para localizar todas as famílias afetadas e estamos trabalhando para oferecer alimentos, ajuda emergencial e abrigo para que possam sobreviver a essa crise”, conta uma parceira local em Bangladesh. Contamos com suas orações e apoio.