Nesta terça-feira (24), a sessão do Conselho de Segurança da ONU sobre a guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas ficou sob clima de tensão e foi marcada por alertas diretos e estratégicos.
Mais cedo, o secretário-geral da organização, António Guterres, pediu um cessar-fogo imediato e pontuou que os palestinos “foram submetidos a 56 anos de uma ocupação sufocante”. Os Estados Unidos disseram que este “não era o momento” para interromper a contraofensiva israelense, e Israel pediu a demissão de Guterres.
Em seguida, foi a vez de Washington dizer, através do secretário de Estado, Antony Blinken, que os EUA “não buscam conflito” com o Irã, mas que se precisar, vão agir.
“Não queremos que esta guerra se expanda. Mas se o Irã atacar pessoas ou oficiais dos EUA, não se enganem, defenderemos nossos cidadãos de forma decisiva e rápida.”
O chefe da política externa estadunidense também declarou que “não é segredo para ninguém” que Teerã tem apoiado o Hamas, o Hezbollah e outros grupos que atacam Israel por anos. Ele acusou o país de atacar cidadãos norte-americanos no Oriente Médio.
“Se vocês, como os EUA, querem evitar que esse conflito se expanda, digam ao Irã: ‘Não abram outra frente de guerra contra Israel e não ataquem os parceiros de Israel'”, acrescentou.
Ao se dirigir aos membros do Conselho de Segurança, Blinken pediu que todos enviassem uma mensagem firme para qualquer Estado que estivesse considerando abrir uma nova frente de guerra contra Israel ou outros países aliados. “Não coloquem gasolina no fogo”, alertou.
Em meio a uma escalada militar não vista há anos no Oriente Médio, Washington decidiu mudar de tática para pressionar Teerã a não se envolver no conflito israelo-palestino.
Em um comunicado acerca do reforço de material bélico para a região, o Departamento de Defesa anunciou no domingo (22) que o segundo porta-aviões enviado, o de propulsão nuclear USS Dwight Eisenhower, não ficará junto ao USS Gerald Ford, perto da costa israelense no mar Mediterrâneo.
A embarcação atravessará o canal de Suez rumo ao mar Vermelho e ao Índico, restando saber onde ficará baseado. Segundo observadores militares, em ocasiões anteriores em que os EUA buscavam sinalizar sua presença ao Irã, a área preferencial de ação era o golfo de Omã, próximo ao golfo Pérsico, relata a Folha de S.Paulo.