A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou nesta sexta-feira (29) ter autorizado o envio de tropas adicionais para Nagorno-Karabakh, enclave armênio do Azerbaijão onde onda de violência voltou a eclodir após tropas azerbaijanas invadirem a região.
Até a última atualização desta notícia, a aliança militar do Ocidente ainda não havia detalhado a quantidade de militares que será enviada ao enclave, de onde cerca de 75% da população já fugiu na última semana (leia mais abaixo).
Nem a Armênia nem o Azerbaijão são membros da Otan, que faz uma operação especial na região.
Também nesta sexta, militares do Azerbaijão detiveram o ex-comandante das forças separatistas armênias de Nagorno-Karabakh, segundo a agência estatal russa Tass. A detenção acontece um dia depois de os separatistas do enclave separatista – que é oficialmente parte do Azerbaijão mas cuja população se identifica como armênia – anunciarem a dissolução do movimento.
De acordo com a agência, o ex-comandante Levon Mnatsakanyan foi detido em um posto de fronteira quando tentava deixar a região. Mnatsakanyan liderou o Exército local entre 2015 a 2018.
Êxodo
Até a manhã desta sexta, cerca de 97 mil moradores de Nagorno-Karabakh haviam fugido do enclave separatista, segundo a agência de refugiados das Nações Unidas (Acnur). O número corresponde a quase 75% de toda a população local.
A região de Nagorno-Karabakh, que fica no Cáucaso, é internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão. Mas os moradores, em maioria, se identificam como armênios (ou seja, do país vizinho), e, em 1994, um movimento separatista instituiu um governo autônomo, com o apoio do governo da Armênia.
Na semana passada, o governo azerbaijano decidiu dar um fim ao impasse com uso da força e invadiu a região, retomando seu controle.
O conflito
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Embora de maioria armênia, a região de Nagorno-Karabakh foi designada como azerbaijana pela União Soviética, quando os dois países ainda faziam parte da URSS.
A dissolução do bloco levou a um conflito quase imediato na região pelo controle de Nagorno-Karabakh. O primeiro deles ocorreu em 1994, quando a região quis se separar do Azerbaijão, desencadeando uma guerra que deixou mais de 30.000 mortos.
Os dois países chegaram a iniciar um novo conflito, em 2020, que terminou com conquistas territoriais do Azerbaijão e um cessar-fogo obtido com a mediação da Rússia.
Desde então, o governo russo, que manteve relações econômicas e militares com os dois países após o fim da URSS, é responsável por manter a paz na região e negociar com os dois governos por acordos de não agressão.
Fonte: G1.