Autoridades de todo o mundo estão reunidas nesta segunda-feira (1º) em Nova York para a Décima Conferência de Revisão para o Tratado sobre a Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT, na sigla em inglês), dois anos após ter sido adiada pela pandemia da Covid-19.
A conferência ocorre cinco meses após a Rússia invadir a Ucrânia e em uma situação em que as tensões entre Estados Unidos e China aumentam sobre Taiwan, a ilha autogovernada reivindicada por Pequim.
Por meio de uma carta enviada aos participantes de uma conferência, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país está consistentemente cumprindo o tratado.
“Um retorno ao acordo nuclear continua sendo o melhor resultado para os Estados Unidos, o Irã e o mundo”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no encontro. Ele acrescentou que o Irã está relutante em voltar a seguir os termos do acordo de 2015.
Blinken ainda repetiu um aviso dos EUA de que a Coreia do Norte está se preparando para realizar seu sétimo teste nuclear. Ele também disse que está pronto para conversar com todos os países que possuem armamento nuclear, incluindo a China.
Essa fala de Blinken é um reforço do que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse antes do encontro. Biden disse que os EUA estão prontos pronto para negociar um novo acordo para substituir o atual “New START”, que expira em 2026.
“Mas a negociação requer um parceiro disposto a operar em boa-fé. E a brutal e não provocada agressão da Rússia na Ucrânia destruiu a paz na Europa e constitui um ataque a princípios fundamentais da ordem internacional”, disse Biden. “A Rússia deve demonstrar que está pronta para retomar o trabalho sobre o controle de armas nucleares com os Estados Unidos.”
“Essa é uma declaração séria ou o site da Casa Branca foi hackeado? Se for séria, com quem exatamente eles pretendem discutir esse acordo?”, disse uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Rússia à agência de notícias Reuters, sem se identificar.
Biden disse também que a China tinha a responsabilidade de desempenhar um papel de liderança na não-proliferação de armas nucleares.
Os Estados Unidos impuseram sanções a quatro empresas de Hong Kong, uma dos Emirados Árabes Unidos e outra de Cingapura na segunda-feira, de acordo com o site do Tesouro dos EUA, a mais recente tentativa em seu esforço para reduzir as receitas do Irã com petróleo e petroquímicos.
Desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2021, Biden tem atuado em sancionar entidades chinesas envolvidas no comércio de petróleo com o Irã, na esperança da pressão ajudar a reviver o acordo nuclear iraniano de 2015.
Fonte: Reuters.