O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou os sauditas sobre se aproximarem do Irã, falando em entrevista à CNBC na quarta-feira. Os sauditas anunciaram em 10 de março a renovação dos laços diplomáticos com a República Islâmica.
Na segunda-feira, o Irã convidou o rei saudita Salman bin Abdulaziz para visitar o país, segundo um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano. O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, já aceitou um convite para visitar a Arábia Saudita.
“Aqueles que fazem parceria com o Irã, fazem parceria com a miséria. Veja o Líbano. Veja o Iêmen. Veja a Síria. Olhe para o Iraque”, alertou Netanyahu em meio ao aquecimento dos laços entre o Irã e a Arábia Saudita, descrevendo os países acima como estados quase falidos.
Ele comparou isso com aqueles que fazem parceria com Israel e, ao fazê-lo, “impulsionam suas sociedades”.
“Temos bilhões de dólares agora em investimentos e comércio com os estados do Golfo desde o nada há alguns anos. Ainda nem arranhamos a superfície”, disse ele.
Questionado por Hadley Gamble, da CNBC, o que a reaproximação entre Riad e Teerã significou para Israel, Netanyahu disse: “Acho que tem muito pouco a ver com Israel. Acho que provavelmente tem muito mais a ver com o desejo de diminuir ou mesmo eliminar o conflito de longa data no Iêmen.
“Acho que a Arábia Saudita, a liderança lá, não tem ilusões sobre quem são seus adversários e quem são seus amigos no Oriente Médio. E acho que eles entendem que Israel é o parceiro indispensável para o mundo árabe alcançar segurança, prosperidade e paz”, continuou.
Netanyahu disse que Israel está lutando pela paz com o reino e já fez avanços para a normalização, referindo-se à disposição saudita de permitir que as companhias aéreas israelenses usem seu espaço aéreo.
O primeiro-ministro disse que um acordo de paz saudita seria “outro grande salto quântico para a paz” e contribuiria muito para acabar com o conflito árabe-israelense, dada a importância da Arábia Saudita no mundo árabe. Ele esclareceu que isso não acabaria com o conflito palestino-israelense devido à intransigência palestina. (“Eles não querem uma paz com Israel. Eles querem ver uma paz sem Israel”, disse ele.)
Netanyahu expressou confiança de que o futuro pertence àqueles que fazem parceria com Israel. “Estou lhe dizendo agora que acho que há um grande interesse [dos] estados árabes remanescentes [em] agarrar o futuro com Israel. O futuro pertence a quem inova. Israel é uma das duas grandes nações inovadoras do mundo hoje.”