Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, rejeitou a possibilidade de respeitar um novo acordo nuclear iraniano, dizendo que Irã “nos ameaça com a aniquilação”.
Israel não estará vinculado a um possível reavivamento do acordo nuclear iraniano porque o país deve ser capaz de se defender contra um agressor potencial, disse na quarta-feira (7) Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, em um discurso de cerimônia oficial durante o Dia da Memória do Holocausto.
“Um acordo com o Irã, que nos ameaça com a aniquilação, não nos comprometerá”, afirmou, comentando os diálogos em andamento em Viena entre a comissão conjunta do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) e representantes iranianos.
De acordo com o líder israelense, o acordo nuclear em sua forma original “não tem valor”.
“Digo também a nossos amigos mais próximos: Um acordo com o Irã, que nos ameaça com a aniquilação, não nos comprometerá. Somente uma coisa nos comprometerá: impedir que aqueles que desejam nos destruir realizem seus planos”, disse Netanyahu.
Os Estados Unidos expressaram recentemente sua intenção de reconstruir o acordo nuclear, abandonado por Washington em 2018. Os EUA exigiram que Teerã revertesse algumas medidas tomadas desde então para avançar seu programa nuclear, mas a República Islâmica observou que os EUA deveriam primeiro remover todas as sanções reinstituídas após a retirada do país norte-americano do pacto.
Tel Aviv se opôs ao JCPOA desde o início, e após a possibilidade de sua retomada alegou que o “antigo formato” poderia ajudar o Irã a criar um “arsenal nuclear”, pedindo restrições mais amplas para o Irã.
Segundo o portal Mako, Israel está buscando “um acordo nuclear melhorado e de longo prazo” que inclua provisões sobre o programa de mísseis balísticos de Teerã e suas atividades no Oriente Médio, às vezes definidas por Tel Aviv como relacionadas ao terrorismo. Ao mesmo tempo, o Irã tem negado constantemente as alegações de que está buscando obter armas nucleares.
Durante a cerimônia, Netanyahu também criticou a decisão “ultrajante” do Tribunal Penal Internacional (TPI) de lançar uma investigação sobre possíveis crimes de guerra israelenses contra os palestinos, dizendo que o povo judeu “tem todo o direito de se defender de seus inimigos”.
Na quinta-feira (8), países de todo o mundo marcam o Dia da Memória do Holocausto para honrar a memória de seis milhões de judeus mortos durante o Holocausto, e também comemorar o movimento de resistência judaica da Segunda Guerra Mundial.