O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou nesta segunda-feira (11) a construção de 800 novas residências na Judeia e Samaria.
A decisão ocorre a poucos dias da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, crítico ao avanço de Israel em territórios palestinos.
Em campanha para as eleições legislativas de 23 de março, Netanyahu ordenou “avançar na construção de cerca de 800 casas na Judeia e Samaria”.
Quase 500 mil israelenses vivem em assentamentos espalhados pela região.
Apoio irrestrito dos EUA
Os palestinos veem os assentamentos como uma violação do direito internacional e um obstáculo à paz, uma posição com amplo apoio e respaldo internacional.
O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Palestina condenou o anúncio, acusando Israel de “correr contra o tempo” para construir assentamentos antes que o presidente americano, Donald Trump, deixe o cargo.
O governo Trump forneceu apoio sem precedentes a Israel e abandonou a política de décadas de oposição aos assentamentos. Em 2020, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, se tornou o primeiro diplomata do país a visitar um assentamento na Judeia e Samaria.
Mudança com Biden
A medida pode prejudicar os laços de Israel com o próximo governo americano.
Biden prometeu uma abordagem mais imparcial, na qual pretende restaurar a ajuda aos palestinos que foi cortada por Trump e trabalhar para reviver as negociações de paz, que não evoluem há mais de uma década.
O líder da oposição israelense Yair Lapid, que espera derrotar Netanyahu em março, chamou o anúncio de uma “medida irresponsável” que desencadearia uma “batalha” com o novo governo americano.
“O governo Biden ainda não assumiu e o governo já está nos levando a um confronto desnecessário”, escreveu o político em uma rede social. “O interesse nacional também deve ser mantido durante as eleições”.
Fonte: G1.