Biden sugere a Netanyahu que “abandone” reforma judicial e recebe rápida resposta do premiê. As novas medidas propostas provocaram os maiores protestos da história israelense, com um recorde de 650 mil participantes na noite de domingo (26) para esta segunda-feira (27).
Em meio a protestos gigantes contra a reforma judicial apresentada pelo governo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que já havia reclamado anteriormente sobre a nova legislação israelense, disse ontem (28) a repórteres que o premiê Benjamin Netanyahu deveria se “afastar” da proposta.
“Espero que ele [Netanyahu] se afaste disso […] como fortes apoiadores de Israel, estou muito preocupado […] Eles não podem continuar nesse caminho, e eu meio que deixei isso claro. […] Esperamos que o primeiro-ministro aja de forma a tentar chegar a algum compromisso genuíno, mas isso ainda precisa ser visto”, afirmou Biden citado pelo The Guardian.
Do lado israelense, a resposta veio rápido com o premiê emitindo uma declaração afirmando que Tel Aviv não aceita “pressões exteriores mesmo que dos melhores amigos“.
“Israel é um país soberano que toma suas decisões pela vontade de seu povo e não com base em pressões do exterior, inclusive dos melhores amigos.Conheço o presidente Biden há mais de 40 anos e aprecio seu compromisso de longa data com Israel”, afirmou o premiê acrescentando que disse que a aliança Tel Aviv-Washington é inquebrável “e sempre supera as divergências ocasionais entre nós”.
As declarações entre os dois países acontecem em meio a cenas de caos na política israelense, principalmente após Netanyahu ter demitido o ministro da Defesa, Yoav Gallant, depois que ele pediu publicamente a suspensão da reforma.
Entretanto, ainda não se sabe de Gallant foi realmente demitido visto que seus assessores disseram que ele permaneceria em seu cargo, afirmando que ele nunca havia sido notificado formalmente.
Entre um dos pedidos da nova revisão, o governo alega que, historicamente, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de Israel já se intrometeu demasiado em assuntos políticos, razão pela qual é necessário limitar seus poderes. Mas o barulho nas ruas contra a proposta tem sido tanto que, na segunda-feira (27), o premiê adiou a votação para revisão para julho.