Hoje é o Dia Internacional da Mulher, data em que o mundo reflete sobre a situação enfrentada por mais da metade da população global. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 736 milhões de mulheres sofrem violência física e sexual.
Dentre essas vítimas, muitas fazem parte da Igreja Perseguida e passam por agressões tanto por serem mulheres, como por seguirem a Jesus. Por isso, a Portas Abertas afirma que as cristãs estão duplamente vulneráveis em países elencados na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2022.
Por que mulheres e meninas cristãs são perseguidas?
Quando uma cristã é perseguida, o objetivo principal é tirar o valor social que ela tem. Assim, ela ficará vulnerável e mais propensa a voltar à antiga fé. Por isso, os ataques contra ela envolvem violência sexual, física e emocional. Assim, a seguidora de Jesus raramente irá se casar e estará marcada como vergonha da família.
Ruth foi sequestrada pelo Boko Haram quando tinha 14 anos, após um ataque no vilarejo no Nordeste da Nigéria. Ela foi forçada a se casar com um jihadista e teve Samaila. Aos 18 anos, conseguiu fugir com um filho no colo e outro na barriga. Quando chegou em casa, foi tratada como traidora pelos cristãos locais, que chamavam o filho dela de soldado do Boko Haram.
A Portas Abertas apoiou Ruth e a família por meio de aconselhamento pós-trauma e hoje vivem em harmonia. Mas há outras cristãs que enfrentam as mesmas situações em outros países da África Subsaariana.
Como acontece a perseguição às mulheres no Oriente Médio e Norte da África?
As mulheres que vivem em países de maioria islâmica são essenciais para preservar os princípios e valores da família. Por isso, quando uma decide deixar o islã para seguir a Jesus, é vista como infiel e perturbadora da ordem tanto dentro de casa, como fora.
Nesse contexto, é comum que recém-convertidas sejam presas dentro da própria casa. Elas também perdem o direito de se comunicar, pois têm os celulares apreendidos pelos pais ou irmãos. Muitas são agredidas e forçadas a se casarem com muçulmanos e são proibidas por lei de se casarem com homens cristãos.
Sarah* viveu essa situação em um país no Norte da África. Quando decidiu seguir a Jesus ela foi agredida e difamada pelo próprio pai, um líder religioso muçulmano. Para retomar o relacionamento com a família e ter a “honra restituída”, aceitou se casar com um muçulmano, que parecia interessado no evangelho. Mas após o casamento, ela enfrentou agressões físicas e psicológicas e foi abandonada pelo marido. Sarah foi ajudada pela família da fé e hoje vive apoiando outras cristãs perseguidas.
Quais as maneiras mais comuns de perseguir as cristãs na Ásia?
Na Ásia, a perseguição às mulheres e meninas cristãs pode acontecer de diversas maneiras. Mas há uma linha comum de violência que percorre o continente e se epressa em violência sexual, casamento forçado e tráfico de mulheres e meninas. Na Ásia Central, por exemplo, o “sequestro de noivas” é comum e aceito pela sociedade, então cristãs convertidas do islamismo podem ser forçados a se casar com um muçulmano por meio dessa tradição.
O sequestro e a violência sexual de minorias religiosas também são endêmicos em comunidades locais, como no Paquistão, onde os homens procuram meninas cristãs menores de idade para casamento e conversão forçada. Em Bangladesh, Sukla* foi agredida sexualmente aos 14 anos por extremistas hindus em 2021. A família dela foi a um evento cultural perto de onde moravam, mas a garota ficou com sono e resolveu voltar para casa. No caminho, ela foi abordada por três homens, um deles ela chamava de tio Suresh*. O incidente foi omitido pela família convertida do hinduísmo para não prejudicar a reputação da menina, mas um dos agressores ameaçou revelar o que tinha acontecido em troca de dinheiro.
Há perseguição às mulheres e meninas cristãs na América Latina?
Apesar de países como Colômbia, Venezuela e México serem de maioria cristã, as mulheres que seguem a Jesus em locais mais isolados enfrentam pressão e violência. Elas correm o risco de serem sequestradas, agredidas sexualmente, traficadas ou forçados a participar de atividades criminosas. Direcionadas por sua percepção de pureza sexual e suposta docilidade, as meninas são visadas tanto como objetos de prazer sexual quanto como meio de punição aos pais cristãos.
Quando os homens saem de casa em busca de trabalho e melhores condições de vida, as mulheres e meninas que ficam sozinhas correm maior risco de prostituição como meio de sobrevivência. O apoio estatal não é uma opção viável, uma vez que a maioria dos serviços governamentais são oferecidos a quem pertence ao partido no poder.
Lorena, de 16 anos, tinha apenas 13 anos quando almejava fazer parte de uma gangue criminosa que atua na região onde cresceu na Colômbia. Para muitos jovens, é a única maneira de melhorar as condições de vida. Os pais cristãos conseguiram uma vaga para ela no Abrigo Lar Cristão da Portas Abertas, em Bogotá e lá ela teve um encontro com Jesus e descobriu o propósito dele para ela.