Dezenas de países enviarão delegados à Noruega na quarta-feira como parte de uma aliança global que visa encontrar uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino, informou o Ministério das Relações Exteriores da Noruega na segunda-feira.
O primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Mustafa, o chefe da agência da ONU para refugiados palestinos, UNRWA, Philippe Lazzarini, e o enviado da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, estão entre os que devem comparecer.
Será a terceira reunião da Aliança Global para a Implementação da Solução de Dois Estados, que foi anunciada em setembro à margem da Assembleia Geral da ONU em Nova York. As duas primeiras reuniões foram realizadas na Arábia Saudita no final de outubro e em Bruxelas no final de novembro.
“Embora devamos continuar a trabalhar pelo fim da guerra (em Gaza), também devemos trabalhar por uma solução duradoura para o conflito que garanta autodeterminação, segurança e justiça tanto para os palestinos quanto para os israelenses”, disse o ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, em um comunicado.
“Há amplo apoio para uma solução de dois estados, mas a comunidade internacional deve fazer mais para torná-la uma realidade.”
Representantes de mais de 80 países e organizações devem participar da reunião, embora nenhuma delegação oficial israelense tenha sido anunciada.
Israel ficou irritado quando vários países — incluindo a Noruega — decidiram reconhecer o estado palestino em maio do ano passado.
A guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque brutal do Hamas em 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel, reavivou as discussões sobre uma solução de dois estados. Mas analistas dizem que a possibilidade continua mais remota do que nunca, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu — apoiado pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump — se opondo à criação de um estado palestino.
Israel também argumenta que levar adiante tal medida agora seria uma recompensa pelo terror após o massacre do Hamas, em que cerca de 3.000 terroristas cruzaram a fronteira com Israel por terra, ar e mar, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando 251 reféns, a maioria civis, muitos deles em meio a atos de brutalidade e agressão sexual.
A Noruega é a garantidora dos Acordos de Oslo de 1993, aclamados como um avanço no conflito de décadas entre árabes e judeus, que criou a Autoridade Palestina e estabeleceu áreas de autogoverno.