Militantes islâmicos do Al-Shabaab realizaram uma série de ataques na província de Cabo Delgado, Moçambique. Segundo os relatórios, nas últimas semanas de julho, cerca de 35 pessoas foram mortas, pelo menos dez foram sequestradas e milhares foram deslocadas, fugindo da violência. Os extremistas também destruíram igrejas e casas de algumas pessoas específicas, no que pareceu ser um ataque direcionado.
O noticiário local reportou a decapitação de cinco pessoas no vilarejo de Intutupue. As vítimas foram encontradas pelos militantes produzindo nipa, um tipo de bebida alcoólica caseira, o que é considerado pecado pelo grupo islâmico. No dia seguinte, o Al-Naba, um veículo de comunicação dos extremistas, publicou imagens das decapitações, descrevendo as vítimas como “cinco infiéis cristãos”.
Embora não esteja confirmado que os cinco homens mortos eram realmente cristãos, a violência e a propaganda desse tipo de ato mostra a clara intenção dos jihadistas contra os cristãos na região.
No dia 24 de julho de 2025, militantes do Al-Shabaab atacaram e atearam fogo na principal delegacia de polícia da região de Chiúre Velho. Os jornais locais noticiaram que o grupo invadiu o complexo administrativo e incendiou a infraestrutura, que incluía também uma escola e um posto de saúde. Em um vídeo que circulou pela internet, os militantes dizem que “cristãos devem se converter ao islã se quiserem escapar do sofrimento e serem salvos”.
Um dos nossos parceiros locais disse que essas ameaças espalharam medo entre a população, especialmente entre os seguidores de Jesus. Depois desse ataque em Chiúre Velho, outros ataques voltaram a acontecer. Em Ntonhane, por exemplo, uma pessoa foi descapitada pois estava com uma intoxicação, o que é considerado impuro pelos extremistas.
O impacto nas igrejas
Parceiros locais da Portas Abertas reportaram que na manhã de 30 de julho, homens armados invadiram a vila de Muanquina, no distrito de Chiúre. Eles atacaram especificamente igrejas e casas de cristãos, resultando na destruição de duas igrejas, uma casa de oração e 44 casas de famílias cristãs, incluindo a de um pastor. Antes de irem embora, os extremistas rasgaram todas as Bíblias que conseguiram encontrar, roubaram pertences pessoais das vítimas e possivelmente sequestraram um dos pastores. Até agora, não há notícias sobre seu paradeiro.
Os ataques continuaram na região. Dois dias depois, 15 cristãos foram mortos. Eles caminhavam pela estrada, quando foram emboscados por radicais e decapitados. De acordo com os líderes cristãos, as vítimas frequentavam uma das igrejas que foram queimadas pelos jihadistas.
Esses ataques forçaram mais de 46 mil pessoas a fugirem nos distritos de Chiúre, Ancuabe e Muidumbe, de acordo com a ONU. Só em Chiúre, mais de 42 mil pessoas foram deslocadas e mais da metade são crianças.
“Parece um ataque planejado, um evento anual. Eles podem queimar uma igreja e não fazer nada a uma mesquita. Podem queimar uma casa e deixar outra intacta. Nós nos perguntamos como eles sabem quais casas queimar. Os cristãos que fugiram ainda não retornaram, mas você encontra mesquitas funcionando normalmente. Não é uma coincidência”, diz um agente da sociedade civil em Moçambique.
A violência precisa ter fim
Em meio à destruição e ao medo, os cristãos clamam por ajuda. Assine a petição Desperta África pelo fim da violência e leve novos tempos de paz e liberdade a toda a população. Faça parte desse movimento com suas orações e nos ajude a bater a meta de um milhão de assinaturas.
Pedidos de oração
- Ore pelo fortalecimento da igreja em Cabo Delgado. Que os cristãos enfrentem a perseguição com coragem e encontrem paz em Cristo.
- Peça a Deus por cura e consolo às famílias que perderam entes queridos, casas, igrejas e pertences.
- Interceda por paz em Moçambique e pela conversão dos extremistas.