Hoje, a China comemora 76 anos de sua independência. Em 1º de outubro de 1949, o Partido Comunista chinês, liderado por Mao Zedong, fundou a República Popular da China (RPC) após a vitória na Guerra Civil Chinesa, proclamando a fundação do Estado na Praça da Paz Celestial, em Pequim. No entanto, para os cristãos chineses, o sentimento de liberdade ainda permanece distante. Foram aprovadas novas leis que criminalizam a expressão religiosa individual e o monitoramento é constante, inclusive na internet.
Sermões online, debates religiosos ou conteúdos sobre espiritualidade estão banidos das redes sociais. As regras também valem para os territórios de Taiwan, Hong Kong e Macau e impedem que estrangeiros preguem para os chineses.
“A China foi muito além da vigilância física com essas regulamentações. Criminalizar o ministério digital faz do governo um censor de toda e qualquer expressão religiosa. As leis tentam não apenas sufocar a fé, mas moldá-la aos padrões da ideologia do Estado”, diz Thomas Mueller (pseudônimo), analista da Portas Abertas.
Fé x medo
Os riscos de trabalhar nesse novo ambiente afetam os cristãos em diversos aspectos, incluindo a saúde mental. A pressão psicológica vem principalmente das dúvidas sobre como agir em cada situação. Por exemplo, imagine que há alguém lamentando a perda de um familiar nas redes sociais. Como confortar essa pessoa com a palavra de Deus sem se colocar em risco?
Comunidades de cristãos também enfrentarão o isolamento, uma vez que as novas leis incluem estrangeiros que fornecem conteúdo bíblico. “Ore para que Deus dê criatividade e coragem aos líderes cristãos chineses. Que eles saibam exatamente o que Deus quer que façam e continuem obedientes às Escrituras”, diz Karl Rovenstine, da organização Bibles for China.
“A igreja chinesa tem um histórico de evangelismo impressionante. A vigilância online pode trazer novos obstáculos, mas não é muito diferente daquilo que a igreja enfrentou em tempos recentes. Em 1981, mais de 40 anos atrás, um milhão de Bíblias foram contrabandeadas para a China, no que ficou conhecida como ‘a maior operação de contrabando de Bíblias da história’. Cristãos chineses arriscaram suas vidas durante a noite para descarregar a carga que veio pelo mar”, conta Thomas Mueller.
“Essa operação, chamada Projeto Pérola, mudou a China para sempre. A igreja de hoje é formada pelos filhos e netos espirituais daqueles que receberam as Bíblias contrabandeadas”, complementa.
Histórias como essa mostram como o Senhor sempre proveu meios para que as pessoas pudessem conhecê-lo e nos dá a esperança de que esse trabalho continuará mesmo diante da repressão cada vez maior.
Você pode ajudar a igreja na China
Sua doação permite que a Portas Abertas prepare líderes dispostos a trabalhar com jovens, adolescentes e crianças chineses apesar das restrições. Contribua com o presente e o futuro da igreja chinesa!