O político alertou também para as tentativas de Washington de pressionar a União Europeia a abandonar o projeto do gaseduto Nord Stream 2, já que os EUA estão tentando vender o seu próprio gás natural.
Ao impor novas sanções contra a Rússia, a União Europeia (UE) e os EUA correm o risco de trazer de volta as tensões da época da Guerra Fria (1947-1991), afirma Gunnar Lindemann, membro da Bundestag, o parlamento alemão.
“As novas sanções contra a Rússia estão prejudicando nossa economia e, portanto, prejudicando a Alemanha. Há, é claro, o risco de uma nova Guerra Fria. É por isso que devemos finalmente acabar com esta política sem sentido de sanções. Receio que a UE siga o exemplo com mais sanções contra a Rússia. Com a eleição do [novo presidente dos EUA, Joe] Biden, a Alemanha, a UE e os EUA estão trabalhando mais próximos novamente”, afirmou Lindemann à Sputnik.
O político também alertou para as tentativas de Washington de pressionar a UE a abandonar o projeto do gaseduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), já que os EUA estão tentando vender o seu próprio gás natural.
“Mas a Alemanha precisa do Nord Stream 2, [a chanceler alemã Angela] Merkel também sabe […]. Em minha opinião, todas as sanções devem ser encerradas imediatamente”, afirmou Lindemann.
O projeto Nord Stream 2 prevê a construção de duas linhas de um gasoduto com uma capacidade total de 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano da costa russa através do mar Báltico até a Alemanha.
Na terça-feira, a UE pela primeira vez impôs sanções pessoais contra a Rússia por violação de direitos humanos devido à prisão do opositor Aleksei Navalny. Bruxelas incluiu o procurador-geral Igor Krasnov, o presidente do Comitê de Investigação Aleksandr Bastrykin, o chefe do Serviço Penitenciário Federal Aleksandr Kalashnikov e o chefe da Guarda Nacional da Rússia Viktor Zolotov na lista de sanções pessoais contra a Rússia.
Mesmo antes de as sanções serem oficialmente reveladas, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse que as relações com a UE estavam em um ponto baixo. O alto representante da UE para a política externa, Josep Borrell, afirmou no início de fevereiro, durante sua visita a Moscou, que o diálogo entre o bloco e Moscou estava “longe de ser satisfatório”.