Novos números mostram uma realidade chocante da situação na Síria; somam mais 700 mil crianças às estatísticas de quem sofre com a fome no país árabe.
A ONG Save the Children, em relatório divulgado nesta terça-feira, alertou que as novas estatísticas mostram que, nos últimos seis meses, o número total de crianças em situação de insegurança alimentar em todo o território sírio aumentou para mais de 4,6 milhões.
De fato, de acordo com o órgão de direitos humanos, durante esse período pelo menos mais 700 mil crianças sírias passaram fome devido à economia do país, gravemente prejudicada pela nova pandemia de coronavírus, que causa o COVID-19, e agora, um número sem precedentes de crianças está lutando contra o aumento das taxas de desnutrição no país.
“É fundamental que a comunidade internacional se reúna para investir em esforços para melhorar a disponibilidade e acessibilidade de alimentos seguros e nutritivos. Enquanto as necessidades na Síria se aprofundam devido à COVID-19 e aos impactos econômicos do conflito”, acrescenta.
Por sua vez, a diretora de resposta da Save the Children na Síria, Sonia Khush, afirmou que “toda uma geração de crianças enfrenta o risco de desnutrição” porque suas famílias simplesmente não podem comprar comida e preparar refeições.
A Síria sofre mais de nove anos de guerra; Apesar disso, já enfrentou mais de 20 rodadas de sanções impostas pelos Estados Unidos e outros países ocidentais, entre as mais recentes está a chamada Lei de César – uma das medidas coercitivas mais severas contra o povo sírio – que o que complica ainda mais a situação no país árabe.
No sábado passado, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moalem, em discurso virtual na 75ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), pediu uma campanha global contra os embargos de Washington.