A Organização Sionista Mundial e a Agência Judaica publicaram o seu relatório sobre o antissemitismo no ano 2021, antecipando as comemorações do Dia Internacional da Memória do Holocausto a realizar na próxima Quinta-Feira.
O número medio diário de incidentes antissemitas relatados em 2021 foi de 10 casos. “No entanto” – conclui o relatório” – o número real de incidentes foi significativamente mais elevado, uma vez que muitos não são revelados pelo medo sentido pelas vítimas, e devido também à falta de vigilância e prossecução por parte das autoridades locais e das agências executoras da lei.”
Segundo o relatório, “2021 foi o ano mais antissemita da última década”, mesmo não havendo registo de alguém morto num ataque antissemita.
O ano 2020 já tinha assistido a um incremento de ataques antissemitas, muitos dos quais na arena digital, como resultado das imposições nacionais de lockdown. Porém, à medida que os países foram permitindo os encontros e ajuntamentos notaram-se incidentes constantes. Muitas demonstrações realizadas contra as vacinas e restrições incluíram motivos relacionados com o Holocausto, tais como a estrela amarela, bem como teorias de conspiração antissemitas alegando que os judeus andam a espalhar o vírus de forma a poderem controlar o mundo.
Durante o ano 2021 a Europa foi o continente onde mais incidentes antissemitas foram registados, chegando a atingir quase 50% de todos os casos registados no mundo inteiro.
Durante os primeiros 6 meses de 2021 registou-se um aumento de 49% no Reino Unido, com a ocorrência de 1.308 incidentes em comparação com 875 durante o mesmo período do ano anterior. A Áustria também registou o dobro de casos, enquanto na Alemanha se manteve igual, com 1.850 incidentes antissemitas registados nos primeiros 10 meses de 2021, em comparação com os 1909 ocorridos durante todo o ano anterior.
A América do Norte foi o segundo continente com mais casos, com 30% deles ocorridos nos EUA. Só em Nova Iorque houve um aumento de 100% em relação ao ano anterior, com 503 incidentes, em comparação aos 252 ocorridos em 2020. Em Los Angeles, houve um aumento de 59,2% nos casos antissemitas durante os primeiros 6 meses do ano.
Foi registado que um em cada quatro judeus norte-americanos sofreu algum tipo de ataque antissemita durante o ano passado.
A maior parte dos incidentes têm a ver com vandalização e destruição de propriedades, grafitis e profanação de monumentos. A violência física e verbal somou menos de um terço de todos os incidentes registados.