Pastor Pengdwende era responsável por uma congregação no Sudoeste de Burkina Faso, um país que sempre foi conhecido por relações pacíficas entre muçulmanos e cristãos. Porém, de acordo com o pastor, quando os ataques começaram, os jihadistas iam até as vilas apenas por uma pessoa, para sequestrá-la ou matá-la. Além disso, apenas homens eram mortos. Mas pouco tempo depois, eles passaram a não fazer mais distinção. Quando entravam na vila, matavam homens, mulheres e crianças, fossem muçulmanos ou cristãos.
Pengdwende via a violência se aproximar diariamente. Certo dia, jihadistas sequestraram um pastor amigo dele. Depois disso, ataques passaram a ocorrer em sequência. “Em minha vila, os terroristas vieram por causa de um dos meus tios. Eles entraram na casa dele e atiraram três vezes. O primeiro tiro foi no abdômen, o segundo, no ombro, e o terceiro, de raspão na cabeça. Eles partiram achando que ele estava morto, mas nós o levamos ao hospital e ele sobreviveu.”
Outro pastor da região encontrou terroristas ao voltar de um funeral. Ele foi morto. No terceiro caso, outro pastor e sua família tinham deixado a vila onde viviam. Ele voltou para pegar algumas coisas que ficaram, quando o encontraram e mataram. Outros ataques continuaram ocorrendo.
O líder regional da denominação de Pengdwende instruiu que ele e sua família partissem, afinal todos os demais pastores da área já tinham saído. Mas essa não era uma situação fácil para Pengdwende. Eles tinham trabalhado sete meses sem descanso. Por questões de segurança, os pastores não dormiam duas vezes no mesmo local. Algumas vezes, dormiam na mata, outras vezes, se trancavam por muito tempo para ninguém saber onde estavam. O chefe da vila enviou uma mensagem para Pengdwende dizendo que ele deveria partir ou seria morto. Mas, mesmo assim, ele decidiu ficar.
Obrigados a partir
Com a piora da situação, chegou a um ponto em que ele teve que deixar a vila. “Eu expliquei aos membros da igreja sobre a necessidade de partir. Eu fui enviado para uma vila a sete quilômetros de distância por segurança.”
Enquanto se preparava para partir, Pengdwende percebeu que terroristas se movimentavam na área. Antes deles chegarem, ele disse para a família se preparar e aos membros que tinham ido ao culto para voltarem para casa. “Se eles nos encontrassem seria muito perigoso. Enquanto eu estava falando, eles cercaram o complexo. Eu não sabia o que fazer ou o que dizer.” Felizmente, eles partiram tão rápido quanto chegaram. “Foi um milagre de Deus. Eu não entendi por que cercaram o complexo e partiram sem entrar para nos matar. Eles apenas foram embora.”
Pengdwende partiu com a família, mas apenas uma semana depois de se estabelecer em outra vila, enfrentou um ataque. “Eles cercaram a vila e começaram a atirar. Alguns vieram até a igreja onde vivemos agora e balas voaram para todos os lados, atingindo uma carroça.”
Ao falar sobre a Portas Abertas, o pastor Pengdwende fala sobre a importância do trabalho realizado. “Vocês nos ajudaram quando estávamos deslocados em Kaya. Nós precisávamos de comida e vocês nos deram. Quando estávamos em Bobo Dioulassou, vocês nos ajudaram com dinheiro para começar a trabalhar. Se não fosse por isso, talvez nossa lágrimas não tivessem sido enxugadas. Nós não teríamos sido cuidados. Mas muitos ainda sofrem e, se não receberem conforto, morrerão.”
Nigéria e Oeste Africano
O Oeste Africano é considerado a região mais perigosa do continente, com 76% dos ataques fatais e 83% das mortes. A igreja nesses países está sob ataque, tendo a existência ameaçada. Como consequência, aldeias cristãs inteiras fogem em busca de local seguro para sobreviver.
Nossos irmãos e irmãs são obrigados a deixar tudo para trás apenas em busca de sobrevivência. Nosso convite é para que você não apenas conheça a situação, mas faça algo mais. Entre na história dos nossos irmãos e irmãs africanos e clame em unidade com a igreja brasileira. Participe do DIP 2022.