Ao longo de seu ministério, Jesus foi perseguido por diversas vezes. Diferentes grupos tentaram desde colocá-lo em situações constrangedoras até criarem oportunidades para sua morte. Isso porque ele foi considerado blasfemo, se relacionava com publicanos e pecadores, fazia o que não era permitido no sábado, não vivia de acordo com a tradição dos líderes religiosos, além de diversos outros motivos. Após muitas tentativas, finalmente Jesus foi traído, preso e condenado.
A partir de então, naquela sexta-feira antes da Páscoa, começaram as humilhações. Jesus foi despido e recebeu um manto vermelho e uma coroa de espinhos. A cruz de Jesus foi erguida em meio a dois criminosos. O povo o observava, as autoridades o ridicularizavam e os soldados zombavam dele. Como reagir a tal situação? Jesus escolheu dizer: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo”. Em meio a todo o caos, Jesus fala sobre perdão.
Talvez, o caminho mais fácil seja pensar que ele fez isso por ser o próprio filho de Deus. Mas ao longo de seu ministério, deixa claro que o perdão é parte essencial de seus ensinamentos. No início de sua vida pública, ao proferir o Sermão do Monte, ele falou: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mateus 6.14,15).
Mas como perdoar a quem nos persegue?
Essa é uma das lições que aprendemos com a Igreja Perseguida. No dia 2 de abril completaram-se sete anos do ataque à Universidade de Garissa, no Quênia, em que 147 pessoas morreram. Após as 15 horas de cerco por militantes islâmicos do Al-Shabaab, estudantes cristãos que se reuniam na faculdade perderam a vida. Naquele dia, alunos cristãos pagaram o preço por seguir a Cristo, enquanto os que sobreviveram sentem as consequências da dor física e emocional causada durante o evento.
Ben (pseudônimo) é um deles. Ele estava a caminho de um encontro de oração naquela manhã quando ouviu tiros e percebeu que estavam sob ataque. Ele imediatamente deu a volta e se escondeu o melhor que pôde no quarto. “Por meio de aconselhamento, temos lidado e aceitado a realidade do ocorrido. Mesmo assim, há algumas coisas que você sente, vê e ouve que trazem memórias do que aconteceu. As feridas estão curadas, mas as cicatrizes continuam aqui.” Ben não tem ódio no coração com relação a muçulmanos, mas sabe que o perdão liberado aos terroristas vem do próprio Deus.
Já outra aluna, Margaret, estava muito cansada naquela manhã e decidiu tomar um banho antes de ir ao encontro de oração. Enquanto esperava pela água, ouviu o primeiro tiro. A princípio, ela não reconheceu o som. Então veio o segundo tiro e ela percebeu que corria grande perigo. O corredor estava caótico enquanto universitários corriam, tentando descobrir o que fazer. Usando uma toalha, Margaret e cinco amigas se esconderam embaixo das camas, o único lugar para onde poderiam ir. Após o que pareceu uma eternidade, uma intensa troca de tiros foi seguida por um silêncio ensurdecedor. Então uma policial feminina convenceu Margaret e as amigas de que tudo tinha acabado e era seguro sair.
Após o ataque, Margaret passou por um período em que não conseguia orar. “Um domingo eu fui à igreja mais cedo. Ninguém estava lá. Eu percebi que aquele era o tempo de agradecer a Deus. Eu orei, orei e orei. Eu coloquei pra fora o que estava em meu coração. Quando terminei, me senti completamente curada”. A cura deu a Margaret a liberdade para dar a Deus sua dor e questionamentos. “Quando vi as dificuldades dos meus amigos em se recuperar das feridas, eu perguntei a Deus: essas são pessoas de oração, por que você as fez passar por tanta dor?. Mas Deus respondeu que ele usou até mesmo a fraqueza na vida do apóstolo Paulo para seu propósito”, ela disse.
Que nesta Páscoa nós possamos aprender ainda mais com Jesus em seus últimos momentos de vida e com sua ressurreição. Aprenda mais com os cristãos perseguidos! Aproveite também esta data em que muitos cristãos são vítimas de ataques por causa da fé e cause um impacto positivo na vida de irmãos e irmãs no Sri Lanka. Seja Um com Eles.