Quatro países sul-americanos registaram picos de casos de febre causados pelo vírus Oropouche, uma doença zoonótica transmitida pela picada dos mosquitos ‘culicoides paraensis’ e ‘culex quinquefasciatus’, que causa sintomatologia semelhante à da dengue.
Em atualização recente, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) informa que durante este ano a presença da patologia, descoberta em Trinidad e Tobago em 1955, aumentou na Bolívia, no Brasil, na Colômbia e no Peru, e destaca que no In No caso brasileiro , o número de infecções confirmadas quadruplicou em relação ao mesmo período de 2023, contabilizando 3.475 pacientes. Enquanto isso, 225 casos foram confirmados no Peru, 160 na Bolívia e 2 na Colômbia.
Em fevereiro passado, a OPAS emitiu um boletim de alerta epidemiológico sobre a prevalência de infecções virais em ambientes principalmente amazônicos, mas não só. Segundo notícias da imprensa, a tendência ascendente manteve-se.
As razões para o aumento são variadas, mas as alterações climáticas e a desflorestação na região Amazónica têm desempenhado um papel fundamental no aumento das populações de mosquitos, cujo habitat começou a cruzar-se com o dos humanos.
Como surge a doença?
A condição tem um período médio de incubação entre 4 e 8 dias, embora em alguns casos os primeiros sintomas possam aparecer 3 dias ou até 12 dias após a picada.
A condição é caracterizada por início súbito e geralmente os afetados apresentam febre, dor de cabeça, dores nas articulações , dores generalizadas no corpo e calafrios, embora às vezes possam ocorrer vômitos e diarreia persistentes por um período entre 5 e 7 dias.
A maioria dos doentes se recupera em cerca de 7 dias, porém, a convalescença de alguns pacientes pode levar várias semanas, além de não existirem medicamentos ou vacinas específicas para prevenir ou tratar a doença, portanto a medicação prescrita é voltada exclusivamente para melhorando os sintomas.
A OPAS recomenda a intensificação da vigilância epidemiológica para a detecção oportuna dos casos, bem como a atualização das informações sobre detecção e controle gerenciadas pelo pessoal de saúde para que possam ser transmitidas de forma adequada às populações de alto risco.
Na última década, a maioria dos casos de febre Oropouche foi registrada em comunidades urbanas e rurais da Amazônia, em países como Brasil, Colômbia, Equador, Peru, além da Guiana Francesa, mas também houve diagnósticos no Panamá e em Trinidad e Tobago.