Intolerância secular é um dos nove tipos de perseguição classificados pela Portas Abertas. É baseada na ideia do secularismo, que é um princípio de separação entre instituições governamentais e religiosas. Envolve normas e valores sobre sexualidade, casamento e outras questões sociais sem se basear em princípios cristãos e de outras religiões.
No geral, as ideias seculares são baseadas na filosofia grega e romana, além de ideias iluministas e pensadores modernos, que rejeitam a fé. Secularismo é um modo de vida e de pensamento sem referência a Deus ou à religião. A raiz latina saeculum referia-se a uma geração ou a uma era. “Secular” veio a significar “pertencente a esta era, mundana”. O secularismo é uma abordagem não religiosa da vida individual e social.
A intolerância secular se apresenta quando cristãos ou instituições cristãs que se opõem à ética secular são combatidos com leis sobre não discriminação, censura de símbolos que representem o cristianismo e necessidade de registros de igrejas.
Em quais países da Lista Mundial da Perseguição 2023 há a intolerância secular?
Apesar de não ser o principal tipo de perseguição em nenhum país da Lista Mundial da Perseguição 2023, a intolerância secular está presente em três países da América Latina: Colômbia (22º), Cuba (27º) e México (38º).
Como a intolerância secular afeta os cristãos?
A intolerância secular afeta os cristãos de diversas formas, como críticas e perseguições às pessoas que se posicionam publicamente a partir de valores cristãos em assuntos da sociedade, como legalização de drogas e aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, educação religiosa nas escolas, entre outros.
Em setembro de 2022, na Colômbia, um grupo de mulheres tentou incendiar a porta da Catedral Primada de Bogotá durante o Dia de Ação Global por um Aborto Legal e Seguro. No mesmo período, cristãos que formavam uma barreira para proteger a Basílica do Santíssimo Sacramento em Guadalajara foram agredidos e insultados enquanto oravam, e as paredes da igreja foram pichadas.
De acordo com a lei que regula as organizações religiosas no México, pessoas que trabalham nas igrejas não podem expressar publicamente as opiniões políticas e nem ocupar cargos públicos, e o governo tem autorização de interferir nos assuntos internos das igrejas e organizações cristãs.
Em Cuba, frequentar uma igreja não autorizada pelo governo é crime com punição de multa e até prisão. Líderes não podem pregar valores cristãos que sejam contrários às ações do governo, pois são perseguidos e detidos.
O pastor Lorenzo Rosales Fajardo da Igreja Independente de Monte Sião foi preso em agosto de 2021 por participar de um protesto pacífico em julho do mesmo ano. Ele foi sentenciado a oito anos de prisão por desrespeito, desordem pública, incitação e agressão. Apesar de a pena cair para sete anos de detenção, o apelo do líder cristão foi rejeitado. A esposa do pastor também foi ameaçada de prisão se continuar a falar publicamente sobre o caso.