A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou o aumento de 80% dos casos de covid-19 a nível mundial entre 10 de julho e 6 de agosto, em comparação com os 28 dias anteriores. Uma das hipóteses é que a EG.5, apelidada de Eris, e a BA.6, sub variante da Ômicron, estejam relacionadas aos casos.
Segundo a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU), a EG.5 já foi identificada em 51 países e se tornou predominante nos Estados Unidos e Japão. Já a BA.6, foi relatada em Israel e na Dinamarca, segundo o site Mirror. Cientistas
O que é a variante EG.5 da covid-19?
A EG.5 foi decretada como uma variante de interesse no inicio do mês de agosto pela OMS. Ela é uma mutação da Ômicron e possui mutação na proteína Spike, o que pode causar escape imunológico, de acordo com o órgão mundial de saúde.
A OMS estima que a EG.5 pode se tornar dominante mundialmente, porém, não há indicação precisa de quantos casos existem, seja de infeção ou reinfecção. Segundo a OMS, até o momento, não houve relatos de aumento da gravidade da doença em pessoas infectadas pela variante EG.5. “O risco à saúde pública está avaliado como baixo em nível global, semelhante ao risco de outras variantes atuais de interesse”, avalia a organização.
Nos EUA, as autoridades de saúde pretendem administrar à população doses de reforço de vacinas contra o coronavírus feitas com uma nova fórmula. O imunizante é voltado para as subvariantes XBB, que foram responsáveis pela maioria das infecções em 2023.
Vale lembrar que, ainda que a OMS tenha decretado o fim da emergência em saúde há mais de três meses, a covid-19 persiste: segundos dados da própria organização, cerca de 300 mil casos da doença foram registrados no planeta nos últimos sete dias.
Entenda riscos da nova variante da covid no Brasil
Sobre o impacto da nova variante no Brasil, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) deisse que “não houve modificação no cenário de casos notificados de covid-19 ou aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil”.
Com base nos dados registrados no País, a SBI declarou que não há necessidade de mudança nas recomendações vigentes. Especialistas também têm ressaltado que não há motivos para alarmismo, mas apontam para a importância de as pessoas estarem atentas à cobertura vacinal. Isso porque, apesar da percepção geral de que variantes como a Ômicron resultam em infecções menos graves, estar protegido é fundamental.
Após o posicionamento da SBI, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da variante EG.5 da covid-19. O caso foi registrado em São Paulo. Trata-se de uma paciente do sexo feminino, com 71 anos de idade, que reside na capital paulista.
De acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), a paciente já está curada, tendo apresentado os primeiros sintomas de febre, tosse, fadiga e dor de cabeça em 30 de julho, sendo que fez a coleta para exame laboratorial em 8 de agosto. “A informação é de que a senhora está com o esquema vacinal completo”, afirma o ministério. Apesar da confirmação, o ministério reforça que a situação permanece estável no País e afirma que monitora permanentemente o cenário epidemiológico da doença.
Quais são os sintomas da variante EG.5, a Eris?
Os sintomas causados pela variante Eris não é diferente de outras variantes da covid-19:
- Febre
- Dor de cabeça
- Dor de garganta
- Cansaço
- Perda de olfato e paladar
O que se sabe da sub variante BA.6 da covid?
A subvariante do coronavírus BA.6 foi identificada apenas em Israel e na Dinamarca, mas tem chamado a atenção dos cientistas por sofrer 30 mutações na proteína Spike, o que pode causar escape imunológico.
Segundo a Fiocruz, a proteína Spike é associada à capacidade de entrada do patógeno nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos neutralizantes produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.
Trisha Greenhalgh, especialista em saúde primária da Universidade de Oxford, afirmou, em publicação no Twitter, que os cientistas estão impressionados com as linhagens genéticas das novas mutações e recomendou a volta do uso de máscara. “Meus vários grupos de WhatsApp de ciência estão fervilhando. Clipes e diagramas de linhagem genética voando para frente e para trás. Eu entendo pouco do detalhe, mas parece que é mais uma vez hora de usar máscaras”
Sobre a BA.6, a professora Christina Pagel, matemática da University College London, disse, também no Twitter, que a variante tem novas mutações que a tornam diferente das cepas anteriores do Ômicron. Ela explicou que isso significa que é “potencialmente mais capaz de causar uma grande onda” de contágio, mas ponderou que ainda é muito cedo para avaliar.
Fonte: Exame.