A falta de líderes experientes é um grande desafio para a comunidade cristã no Irã. E não apenas devido ao grande avivamento e à consequente necessidade de líderes. Também se deve ao fato de a polícia secreta estar deliberadamente tirando líderes e pastores de circulação.
“Ser líder é extremamente arriscado, porque líderes recebem penas mais altas. Membros de igrejas domésticas podem pegar até cinco anos de prisão. Os líderes, até dez anos”, explica Mansour. Igrejas domésticas são privadas de seus líderes por meio de prisões não apenas por dez anos, mas frequentemente para sempre. Após serem libertos, líderes e pastores são monitorados de perto pelo serviço secreto e não conseguem entrar em contato com sua antiga igreja sem colocá-la em risco.
“Eles não podem continuar seu ministério, nem mesmo se encontrar com outros cristãos. Compreensivelmente, isso os coloca sob muita pressão psicológica”, diz Mounes. Muitos não veem outra opção a não ser deixar o Irã. Forçar líderes e pastores a fugir por meio de assédio e vigilância é uma estratégia deliberada do governo para prejudicar a igreja.
“Um grande sacrifício”
Touraj e sua família também fugiram do Irã nesse meio tempo. Touraj foi preso, sua família foi monitorada a todo momento pelo serviço secreto e continuou a ser ameaçada mesmo após sua libertação. Depois da fuga para um país vizinho, os vestígios de tudo isso ainda estão profundamente enraizados.
“Três anos depois, minha filha me perguntou, após uma reunião do grupo familiar em nossa casa: ‘Pai, por que você está sempre olhando para fora pelo olho mágico?’. Só então percebi que, inconscientemente, havia adquirido o hábito de fazer isso porque ainda tinha medo de que a polícia secreta invadisse nosso apartamento. Tudo o que passamos também afetou minha esposa e minhas filhas. Elina, a filha mais nova, teve transtornos de ansiedade e depressão por muito tempo, mesmo depois de termos saído do Irã”, diz Touraj.
“Ser líder de uma igreja doméstica no Irã é um grande sacrifício”, resume Mansour. Oremos, portanto, especialmente pelos líderes, pastores e suas famílias, para que Jesus os fortaleça, os capacite e os leve adiante. Oremos também para que a igreja no Irã continue a crescer e se mantenha firme na fé, apesar da falta de líderes.
O pastor Hovan está confiante: “O governo pensou que, se prendesse os líderes e pastores, ensinaria uma lição aos outros cristãos e eles abandonariam suas igrejas domésticas. Mas os cristãos sempre encontraram e sempre encontrarão maneiras de continuar”.