A diretora da unidade de doenças emergentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, declarou que a taxa real de mortalidade por coronavírus pode ser menor do que a calculada de acordo com as estatísticas oficiais e estar em um nível de 0,6%. O especialista especificou que esse coeficiente pode ser calculado levando em consideração, entre outras coisas, casos não registrados de infecção.
“Se falamos de mortalidade, existem várias maneiras de calcular esse coeficiente. A maneira mais fácil é correlacionar o número de mortes com o número de casos registrados de infecção. Nesse caso, obteremos uma certa porcentagem”, explicou Van Kerkhove.
De acordo com os dados mais recentes da Universidade Johns Hopkins, o número de infecções por SARS-CoV-2 no mundo ultrapassou 18 milhões e aproximadamente 690.000 pessoas morreram devido a complicações causadas pela infecção até o momento. Dessa forma, a taxa de mortalidade seria ligeiramente superior a 3,8%.
No entanto, o especialista da OMS enfatizou que, na realidade, “neste momento, não sabemos quantas pessoas foram infectadas”. “Existem desafios na detecção de cada um dos casos, e certamente há muitos casos não reconhecidos“, acrescentou Van Kerkhove.
Nesse sentido, o especialista revelou que alguns estudos estimaram que a taxa de mortalidade por coronavírus é inferior a 1%, ou mesmo de apenas 0,6%. Embora esse número não pareça muito ameaçador, na verdade é muito alto para um vírus que possui altas taxas de propagação e é facilmente transmitido de pessoa para pessoa, observou Van Kerkhove.
Por sua parte, Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, disse que 0,6% significa a morte de “pouco mais de uma em cada 200 pessoas infectadas”. Ele comparou esse número à pandemia do H1N1 de 2009, onde “era mais como uma entre 10.000 pessoas ou uma entre 100.000” , dando uma “sensação de quão mortal a covid-19 é”.