Neste especial do Dia das Crianças, a Portas Abertas está contando sobre a perseguição enfrentada por jovens e crianças cristãos em todo o mundo. O contexto sociocultural e regional também influencia a perseguição de crianças e jovens. Como a principal maneira de perseguição às crianças acontece por meio da educação, você entenderá como a vida estudantil dos jovens é em cada região do mundo.
Como é a perseguição às crianças na África?
Na África Subsaariana ocorrem as taxas mais altas de perseguição a jovens e crianças. Os principais tipos de perseguição são violência (sexual, física, psicológica), casamento forçado e sequestro. Grupos extremistas se aproveitam da falta de proteção das comunidades para atacar os mais vulneráveis, como é o caso das crianças. Com as fragilidades trazidas pela pandemia da COVID-19, grupos extremistas exploraram ainda mais as vulnerabilidades de comunidades em todo o continente.
Como é a perseguição às crianças na Ásia?
As autoridades e a maioria religiosa nos países da Ásia são os principais canais de perseguição dos jovens. Crianças cristãs têm as identidades negadas, devido ao registro automático de recém-nascidos como a maioria religiosa do país. Os pais cristãos não têm a opção legal de registrar os filhos como cristãos.
Isso não é específico para uma religião. Um parceiro em Mianmar diz que “os cristãos são automaticamente retratados como budistas no país. Todos os cristãos ex-muçulmanos são registrados como muçulmanos, então as crianças também são automaticamente registradas como muçulmanas”. Enquanto na Índia, os filhos de pais cristãos são frequentemente registrados como hindus. Na Malásia, há vários casos judiciais em que os pais se divorciaram, o pai voltou às práticas islâmicas, recebendo a custódia das crianças e elas, automaticamente, foram registradas como muçulmanas.
Como é a perseguição às crianças na América Latina?
Existem apenas dois países da América Latina na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2021: Colômbia e México. Portanto, poucas conclusões podem ser tiradas sobre a região apenas a partir desses países. Os dados da pesquisa são provenientes dos 74 países que compõe a Lista Mundial da Perseguição e a Lista de Países em Observação, incluindo seis da América Latina. Grupos criminosos nos países recrutam à força meninos e adolescentes cristãos que, então, enfrentam violência física, psicológica e verbal. Para evitar esse recrutamento, os meninos podem ser forçados a mudar de casa por segurança.
A perseguição por meio da educação
O acesso à educação é negado a crianças e jovens cristãos de várias maneiras. Nem todos são dispensados da escola formalmente, em vez disso, o assédio pode ser tão grave que eles são forçados a deixar os estudos. Se um pai perder o emprego por causa da fé, a escola pode se tornar inacessível, e os filhos podem ter que trabalhar. Níveis graves de violência também podem interromper o acesso à educação.
Duas irmãs no Laos, de 12 e 14 anos, foram intimidadas pelos colegas de classe por serem cristãs e pelo pai ter sido preso por causa da fé. Elas foram chamadas de filhas de Yesu (Jesus). Isso deveria ter sido um rótulo honroso, mas, em vez disso, carregava a certeza da rejeição. Elas decidiram interromper os estudos porque não suportavam mais a exclusão e a violência verbal dos demais estudantes.
Discriminação e preconceito por meio da educação são ferramentas poderosas de perseguição. Nos países da LMP 2021, 98% das crianças e jovens cristãos enfrentam discriminação e assédio em ambientes educacionais. O preconceito aparece no ensino anticristão, isolando crianças e jovens que seguem o evangelho. Aqueles que têm autoridade dentro dos sistemas de educação podem usar a influência para tornar os cristãos indesejáveis naqueles locais. Isso inclui não só os alunos, mas também professores e líderes escolares.
Na Colômbia, os alunos indígenas recebem uma educação que promove as tradições ancestrais. Essa situação exerce forte pressão sobre famílias cristãs indígenas, especialmente as que moram em áreas distantes e as escolas são a única opção de acesso à educação. Famílias indígenas cristãs lutam contra a situação e, muitas vezes, optam por não enviar os filhos à escola, o que limita as possibilidades futuras. Se eles tentarem acessar a educação em escolas públicas distantes da área indígena, as autoridades recusam a admissão dos cristãos ou os restringem de deixar a área.