O número de pessoas em situação crítica de alimentos na África Central e Ocidental pode chegar a 57,6 milhões até o final deste ano, devido ao impacto nas economias das medidas para conter a disseminação do novo coronavírus, informou nesta sexta-feira o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA).
Estima-se que o país mais afetado seja a Nigéria, que é o mais populoso do continente, com 23 milhões de pessoas nessa situação, enquanto o restante das vítimas estaria concentrado no Níger e, em menor grau, no Burkina Faso, Chade, Camarões, República Centro-Africana, Mali e Senegal.
A situação levará 11,6 milhões de crianças a sofrer de desnutrição aguda este ano, 18% a mais do que antes da atual emergência sanitária.
As medidas que tiveram o maior impacto no acesso da população aos alimentos foram o fechamento de fronteiras e a suspensão dos mercados semanais ao ar livre em toda a região, resultando nos agricultores que não têm saída para seus produtos.
O resultado tem sido a perda de sua renda, enquanto os preços dos alimentos aumentaram para os consumidores devido à menor oferta, disse a porta-voz do PMA, Elisabeth Byrs.
Os preços aumentaram de 15% a 25% desde abril na República Centro-Africana, Chade e Nigéria.
Na Libéria, o preço da mandioca, um dos alimentos básicos da população, aumentou em 60%.
Elisabeth Byrs disse que a situação já era crítica antes da pandemia, quando era calculado que 21 milhões de pessoas não conseguiam atender às suas necessidades nutricionais mínimas, principalmente no período entre as colheitas (junho a agosto).
O PAM, a agência humanitária da ONU, planeja fornecer ajuda alimentar a 23 milhões de pessoas na região, nove a mais do que o planejado no início do ano e para a necessita de US$ 770 milhões adicionais – para atender aos requisitos do próximos seis meses – para o seu orçamento inicial.
Fonte: EFE.