As Nações Unidas afirmaram, nesta segunda-feira (5), que nove funcionários da sua agência para os Refugiados Palestinos (UNRWA) “podem estar envolvidos” no ataque de 7 de outubro no sul de Israel perpetrado pelo Hamas, que desencadeou a guerra em Gaza, e tiveram seus contratos definitivamente rescindidos.
“Temos informações suficientes para tomarmos as medidas que estamos tomando – ou seja, a demissão destes nove indivíduos”, disse o porta-voz da ONU, Farhan Haq.
A decisão é consequência da investigação do escritório de Serviços de Supervisão Interna da ONU de 19 funcionários sobre a suposta participação nos ataques.
Segundo o comunicado divulgado pela agência, além dos nove funcionários que serão definitivamente afastados da agência, não foram encontradas provas suficientes contra outros nove e a investigação foi encerrada. O outro indivíduo voltou a se juntar à agência depois que nenhuma evidência apontou seu envolvimento.
Relembre o caso
A investigação sobre o suposto envolvimento dos funcionários UNRWA no atentado foi aberta em janeiro deste ano, depois que as autoridades israelenses forneceram informações à agência.
Na época, o secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse “estarrecido” com a acusação.
O Hamas matou 1,3 mil pessoas, a maioria delas civis, e deixou 250 reféns no ataque sem precedentes contra Israel, no dia 7 de outubro. O episódio desencadeou a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza.
Por causa do suposto envolvimento dos funcionários, os Estados Unidos anunciaram que iriam pausar provisoriamente verbas de fundos adicionais que vinha repassando para a UNRWA. O país foi um dos maiores doadores em 2022, bem como a Alemanha, União Europeia e Suécia.
A UNRWA, criada em 1949 após a primeira guerra árabe-israelense, oferece serviços que incluem educação, cuidados primários de saúde e ajuda humanitária aos palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e Líbano.
Fonte: AFP.