O diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos da ONU, David Beasley, detalhou em entrevista ao Politico, publicada nesta terça-feira, que o recente conflito entre a Rússia e a Ucrânia causou um aumento nos preços dos alimentos em todo o mundo, o que pode gerar problemas políticos e sociais em países pores afetados pela interrupção do fornecimento de alimentos.
“Temos bilhões a menos”, comentou o representante da ONU, alertando que os líderes europeus deveriam doar mais fundos para a organização. “Se alguns bilhões de dólares extras não forem fornecidos este ano, haverá fome, desestabilização e migração em massa“, disse ele.
Nesta quarta-feira, as autoridades da União Europeia devem apresentar um plano para enfrentar a atual crise alimentar causada pela interrupção das exportações de grãos da Rússia e da Ucrânia. Uma ruptura que prejudica as regiões do Oriente Médio e da África, que dependem desses suprimentos.
Além disso, lembra o Politico, metade das importações de trigo da África vem da Ucrânia e da Rússia, esta última grande exportadora de fertilizantes. No caso da Ucrânia, o jornal prevê que a capacidade desta nação de produzir alimentos este ano pode ser afetada.
De acordo com Beasley, que está atualmente em uma missão urgente de arrecadação de fundos para a organização que lidera, o impacto da interrupção no fornecimento de alimentos atingirá o pico no outono deste ano.
“Se você acha que há um inferno na terra agora, prepare -se “, disse David Beasley, acrescentando que, se os territórios do norte da África e do Oriente Médio forem negligenciados, sua população procurará migrar para a Europa. E é que as condições econômicas que prevalecem atualmente nessas regiões são ainda piores do que antes da Primavera Árabe.
Fonte: RT.