Nesta terça-feira (23), a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) condenou a Rússia por violar o espaço aéreo estoniano na semana passada e afirmou que usaria “todas as ferramentas militares e não militares necessárias para se defender”, diante de “um padrão de comportamento cada vez mais irresponsável” por parte de Moscou.
A Estônia declarou na sexta-feira (19) que três caças russos MiG-31 violaram seu espaço aéreo por 12 minutos antes de serem escoltados por caças italianos da Otan — um ocorrido que, segundo autoridades ocidentais, foi provavelmente planejado para testar a prontidão e a determinação da organização.
O incidente ocorreu uma semana após cerca de 20 drones russos entrarem no espaço aéreo polonês, levando os caças da Otan a abater alguns deles.
“A Rússia tem total responsabilidade pelo risco dessas ações, que são escalonadas, de erros de cálculo e de colocarem vidas em perigo. Elas devem parar”, afirmou o Conselho do Atlântico Norte da aliança em um comunicado.
“A Rússia não deve ter dúvidas: a Otan e os Aliados empregarão, em conformidade com o direito internacional, todas as ferramentas militares e não militares necessárias para nos defender e dissuadir todas as ameaças vindas de todas as direções”, acrescentou. “Continuaremos a responder da maneira, no momento e no domínio que escolhermos.”
A reunião desta terça-feira (23) do Conselho do Atlântico Norte, composto por embaixadores dos 32 países-membros da aliança, foi convocada pela Estônia com base no Artigo 4 do tratado de fundação da Otan.
O artigo afirma que os aliados “se consultarão sempre que, na opinião de qualquer um deles, a integridade territorial, a independência política ou a segurança” de um integrante estiver ameaçada.
É apenas a nona vez nos 76 anos de história da Otan que o artigo foi invocado — e duas dessas ocasiões ocorreram neste mês em resposta aos incidentes na Polônia e na Estônia.
“Os aliados não serão dissuadidos por esses e outros atos irresponsáveis da Rússia de seus compromissos duradouros de apoiar a Ucrânia, cuja segurança contribui para a nossa, no exercício de seu direito inerente à autodefesa contra a guerra de agressão brutal e não provocada da Rússia”, afirmou o comunicado da Otan.
Fonte: CNN.