Os países da Otan enviarão fragatas, aeronaves de patrulha e drones navais ao Mar Báltico para ajudar a proteger infraestruturas críticas, reservando-se o direito de tomar medidas contra navios suspeitos de representar ameaça à segurança, disseram membros da aliança nesta terça-feira.
A aliança militar e política está lançando a ação, apelidada de “Baltic Sentry” (Sentinela do Báltico), após uma série de incidentes em que cabos de energia, linhas de telecomunicações e gasodutos foram danificados depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
No mês passado, a polícia finlandesa apreendeu um petroleiro transportando petróleo russo e disse suspeitar que o navio havia danificado a linha de energia Estlink 2, entre a Finlândia e a Estônia, e quatro cabos de telecomunicações, ao arrastar sua âncora pelo fundo do mar.
O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, disse que os danos de 25 de dezembro estavam “definitivamente” ligados à Rússia.
“Eles estão certamente ligados no sentido de que o navio fazia parte da ‘frota sombra’ russa. E sabemos que a carga dele era muito russa. O elo está definitivamente lá”, disse Stubb à Reuters, acrescentando, no entanto, que era muito cedo para tirar mais conclusões sobre a atribuição.
Enquanto a região está em alerta máximo por medo de sabotagem, o exército polonês negou nesta terça-feira uma reportagem da mídia local que disse que um navio russo da “frota sombra” foi visto circulando perto do gasoduto Baltic Pipe. O exércitgo afirmou que isso “não aconteceu”.
As ações da Finlândia contra o petroleiro Eagle S mostraram que embarcações que causam danos podem ser apreendidas pelas autoridades, disse nesta terça-feira o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, em coletiva de imprensa após reunião de oito nações em Helsinque.
“Possíveis ameaças à nossa infraestrutura terão consequências, incluindo possível abordagem, apreensão e prisão”, disse Rutte.
Os membros da Otan estão buscando aplicar sanções à frota paralela da Rússia na área, como parte dos esforços para proteger instalações submarinas críticas, disse o chanceler alemão Olaf Scholz após a reunião.
“Continuaremos a tomar medidas contra a frota paralela russa, inclusive com sanções que já foram introduzidas e outras que podem surgir, inclusive contra navios e companhias de navegação específicos que também representam uma ameaça ao meio ambiente”, disse Scholz aos repórteres.
Cerca de 2.000 navios cruzam o Mar Báltico todos os dias, o que dificulta o monitoramento de tudo, disse o presidente da Letônia, Edgars Rinkevics.
“Sejamos realistas, não podemos garantir 100% de proteção, mas se estivermos enviando um sinal ousado, acho que tais incidentes diminuirão ou até mesmo pararão”, disse Rinkevics aos repórteres.
O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, disse que mais estudos jurídicos devem ser conduzidos para avaliar quais medidas podem ser tomadas contra navios suspeitos de serem desonestos, preservando ao mesmo tempo as regras de liberdade de navegação.
Fonte: Reuters.