A OTAN está pronta para um confronto directo com a Rússia, declarou o almirante Rob Bauer, presidente do Comité Militar da Aliança, em entrevista ao canal português RTP, transmitido este sábado.
As nações da OTAN pensaram durante décadas que controlavam a iniciativa, foram elas que decidiram ir para o Afeganistão, para ir para o Iraque, lembrou Bauer. “Foi uma decisão da OTAN, das nações da OTAN. […] Diríamos quando íamos, com quantas tropas, por quanto tempo, etc.”, disse.
Assegurou que a Aliança enfrenta neste momento uma ameaça da Rússia, que avança em direcção aos países do bloco “sem convite” no momento que Moscovo escolheu, pelo que os membros da NATO têm de estar mais preparados e a sua prioridade é o rearmamento.
Após estas palavras, Bauer foi questionado se a Aliança Atlântica está preparada para um confronto direto com o país eurasiano, ao que respondeu afirmativamente.
Além disso, o militar destacou a necessidade de os países membros do bloco se moverem para uma “economia de guerra”. Em sua opinião, nos últimos 25 anos, o Ocidente teve uma economia baseada “no que basta no momento” em matéria militar, e agora deve aumentar a produção de armas e munições.
“Precisamos aumentar a produção na indústria de defesa. E agora está sendo discutido cada vez mais nas nações. Mas também pode ser necessário definir algumas prioridades em termos de certas matérias-primas, certas capacidades de produção que são necessárias para a produção de defesa. da produção civil. […] Temos que ter esse debate sobre priorização e sobre como ter uma economia de guerra em tempos de paz”, afirmou.