A Otan pediu neste sábado que o Kosovo reduza as tensões com a Sérvia, um dia depois de seu governo ter acessado prédios municipais à força para instalar prefeitos em regiões de etnia sérvia no norte do país.
Os conflitos resultantes na sexta-feira entre a polícia kosovar e manifestantes contra os prefeitos de etnia albanesa levaram a Sérvia a colocar o seu exército em alerta máximo de combate e posicionar unidades mais próximas da fronteira.
“Pedimos que as instituições no Kosovo reduzam imediatamente as tensões e que todas as partes envolvidas resolvam a situação por meio do diálogo”, disse Oana Lungescu, uma porta-voz da aliança militar transatlântica, em uma publicação no Twitter.
Ela disse que o KFOR, uma missão de manutenção de paz liderada pela Otan com 3.800 soldados, permaneceria vigilante.
A situação ainda estava tensa na região norte do país, onde forças policiais fortemente armadas em veículos blindados protegiam prédios municipais.
O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, defendeu as ações da polícia na escolta dos novos prefeitos no dia anterior.
“É o direito dos eleitos em eleições democráticas serem empossados sem ameaças ou intimidação. Também é o direito dos cidadãos serem servidos por essas autoridades eleitas”, disse Kurti, no Twitter, neste sábado.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, criticou na sexta-feira o governo de Kurti pelas suas ações no norte, dizendo que elas “acirraram desnecessariamente as tensões, minando nossas tentativas para ajudar a normalizar as relações entre Kosovo e Sérvio, e haverá consequências para nossas relações bilaterais com o Kosovo”.
Quase uma década após a guerra na região, os sérvios no norte do Kosovo não aceitam a declaração de independência do Kosovo da Sérvia em 2008 e ainda veem Belgrado como a sua capital.
Pessoas de etnia albanesa formam mais de 90% da população do Kosovo. Os sérvios são maioria apenas na região norte.
Fonte: Reuters.