Há 30 anos, Naomi enfrenta os insultos e as provocações dos parentes e vizinhos, por ser uma discípula de Jesus. A descendente de egípcios vive no Mali, onde já foi refugiada interna, durante uma revolução jihadista em Timbuktu, em 2012. Nessa época, a Portas Abertas conheceu a história da cristã e passou a assisti-la nas necessidades. O relacionamento dela com a família não era fácil, as irmãs e irmãos tratavam Naomi com deboche e hostilidade por causa de Cristo.
Hoje, Naomi vive em uma pequena casa com os três filhos, as irmãs e os sobrinhos, totalizando nove pessoas. O local sempre foi movimentado, mas agora a atmosfera da casa mudou. “Eu tenho boa notícia! Três das minhas irmãs se tornaram cristãs!”, conta eufórica. Os milagres das conversões foram resultado do exemplo que ela dava quando não reagia às afrontas dos familiares. “Meus filhos costumavam ficar furiosos quando minhas irmãs me insultavam. Eu disse a eles para não retaliar, mas para mostrar o amor de Cristo. Então, o amor que nós transmitimos venceu”, comemora.
Sustento em meio à perseguição
Onde Naomi vive, os cristãos não conseguem empregos por causa da fé. Por isso, com o auxílio da Portas Abertas, ela alugou uma loja e passou a vender tecidos e joias para ocasiões especiais, como casamentos. O negócio estava indo bem, mas outra pessoa criou um estabelecimento com os mesmos produtos e os clientes muçulmanos pararam de comprar da cristã. Com a queda de renda, ela fechou a loja.
O único filho dela que estudava era Youssef, mas ele parou para trabalhar e ajudar a mãe com as despesas da casa. O jovem cristão era funcionário de uma assistência técnica de telefone. “Tudo estava indo bem até um dia quando o dono da loja percebeu que ele não ia à mesquita e confrontou-o. Youssef disse ao patrão que era cristão, então foi demitido”, explica. Naomi continua fazendo acessórios para casamentos; ela vai até a casa das noivas e as ajuda na preparação para a ocasião. Já o filho decidiu cuidar da ornamentação da igreja que frequentam.
Além das habilidades manuais, a cristã tem outro talento: o canto. Quando morava em Timbuktu participava do coral da igreja. Mas na nova cidade, ela frequenta um local onde a língua falada é a bambara, e ela entende pouco do idioma. Porém, Deus providenciou outra maneira para o crescimento espiritual de Naomi. Como mora perto de uma família cristã, elas se reúnem para estudar a Bíblia, orar e encorajar umas às outras, quatro vezes por semana. A vida da cristã não tem sido fácil, mas em meio às dificuldades, ela encontra motivos para agradecer a todos que têm dado suporte. “Quando vocês ouviram minha história, vieram até minha casa, gastaram um tempo de qualidade comigo e me encorajaram. Todo agradecimento a vocês que me deram esperança mais uma vez”, conclui com gratidão.