Contrariamente ao que parece ser e ao que alguns querem dar a entender, vários países árabes estão alegadamente “fechando os olhos” aos anunciados planos de “anexação” de territórios bíblicos na Judeia e Samaria, denotando um crescente desinteresse pela “causa palestiniana”, da qual certamente já se cansaram.
Alguns líderes árabes, sabendo da decisão tomada pelo governo de Jerusalém, trataram logo de vociferar as suas habituais e desacreditas ameaças, no costumeiro alarido propagado pelo inimigos de Israel. Não faltaram ameaças de instabilidade civil e regional e até de violência.
Na semana passada, o rei Abdullah II da Jordânia, em entrevista ao jornal alemão “Der Spiegel”, ameaçou que “a anexação israelita do vale do Jordão e dos territórios da Margem Ocidental poderia conduzir a um confronto entre Jerusalém e Aman, podendo levar ao cancelamento dos Acordos de Oslo e ao colapso da Autoridade Palestina.
ATRÁS DOS BASTIDORES, A HISTÓRIA É OUTRA…
Mas, atrás dos bastidores, a história é outra…Segundo um jornal israelita, os dirigentes de países árabes como a Jordânia, o Egito e a Arábia Saudita estão silenciosamente aceitando o plano de anexação, isso apesar das declarações públicas de condenação à decisão isarelita.
Até mesmo o rei Abdullah II da Jordânia não mencionou a questão numa grande manifestação pública recentemente realizada na Jordânia.
Talvez uma das razões para tal seja o fato de ele saber que se entrar em conflito com Israel, cancelando ou suspendendo o acordo de paz realizado entre os dois países, a sua posição de autoridade sobre os lugares sagrados em Jerusalém pode ser posto em causa. Além disso, sabe-se muito bem que o rei jordano prefere ter as tropas israelitas do outro lado da fronteira do Jordão a controlar a região do que forças palestinas ou rebeldes a fazê-lo.
O rei Abdullah tem também, obviamente, todo o interesse em manter boas relações com a administração norte-americana de Donald Trump, tanto mais que se avizinham eleições nos EUA que o atual presidente poderá ganhar.
O rei hashemita não quer também ver junto a si a instabilidade contínua vivida hoje na Faixa de Gaza depois que os israelitas abandonaram aquele território. Devido ao corte de relações com as autoridade de Israel, a Autoridade Palestina pode perder o controle nos territórios próximos do Jordão, e dar lugar ao movimento terrorista do Hamas, com quem certamente Abdullah II não deseja conviver.
Aquilo que o rei jordano propaga publicamente é claramente para consumo interno e não expressará os seus verdadeiros sentimentos.
Um alto representante egípcio também testemunhou que nesta altura a maior preocupação dos árabes é a contínua e crescente tentativa de domínio homogêneo xiita iraniano naquela região, sendo para os árabes uma preocupação maior do que com a causa palestina.
E os egípcios sabem muito bem que só podem contar com Israel e os EUA para combaterem essa crescente influência xiita em toda a região do Oriente Médio.