Os líderes palestinos alertaram para “sérias conseqüências” se Israel anexar o vale do Jordão.
Em comunicado divulgado terça-feira, a Autoridade Nacional Palestina (ANP), presidida por Mahmoud Abbas, rejeitou as promessas eleitorais do primeiro ministro interino do regime israelense, Benjamin Netanyahu, e de seu principal rival, Benny Gantz, líder do partido Azul e Branco, no qual o vale do Jordão será anexado.
Especificamente, Abbas alertou Netanyahu de que, caso os israelenses executem o plano de anexar o vale do Jordão, a parte norte do Mar Morto ou qualquer parte dos territórios palestinos ocupados em 1967, revogarão todos os acordos assinados com Tel Aviv.
“Temos o direito de defender nossos direitos e alcançar nossos objetivos por todos os meios disponíveis, independentemente das consequências, na medida em que a decisão de Netanyahu contradiga as resoluções das Nações Unidas e o direito internacional“, de acordo com o dignitário palestino.
Nesse sentido, o primeiro-ministro palestino Muhamad Shtayeh disse que qualquer dos líderes de Israel terá “sérias conseqüências” tanto local quanto internacionalmente.
O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, também chamou as promessas israelenses de “uma escalada perigosa” e de um “movimento eleitoral”, cujo preço será o colapso das possibilidades de resolução do conflito (árabe-israelense) e empurrará o região rumo a mais violência e crise”.
Netanyahu prometeu anexar o vale do Jordão como parte de sua campanha eleitoral e após seus fracassos nas duas eleições anteriores em 2019.
Israel ocupou a Cisjordânia, Al-Quds (Jerusalém), Gaza e as Colinas de Golã na guerra de 1967. Em 1980, Jerusalém Oriental foi anexada e em 1981 as Colinas de Golã. Nenhum desses movimentos foi reconhecido internacionalmente. E agora Netanyahu e Gantz pesam as possibilidades de fazer o mesmo com o vale do Jordão.