O Parlamento de Israel foi dissolvido nesta quarta-feira (23) depois que a coalizão governante do premiê Benjamin Netanyahu não conseguiu aprovar o orçamento, o que levará o país a realizar a quarta eleição em um intervalo de dois anos.
A coalizão liderada por Netanyahu e seu ex-adversário eleitoral, o ministro da Defesa Benny Gantz, vinha avançando lentamente rumo ao colapso há algumas semanas, minada pelo ressentimento e a desconfiança entre as partes.
A dissolução do Parlamento, o Knesset, pode levar à realização de eleições já em 23 de março, provavelmente forçando Netanyahu a buscar a reeleição enquanto a pandemia de coronavírus ainda está vigente e seu tão esperado julgamento de corrupção se intensifica.
A coalizão liderada pelo partido de Netanyahu, o direitista Likud, e a legenda de Gantz, o centrista Azul e Branco, tinha até a meia-noite local (19h em Brasília) desta terça-feira (22) para aprovar o orçamento de 2020.
“O Knesset está se dissolvendo. As eleições para o 24º Knesset serão realizadas em 23 de março de 2021”, disse o presidente do Parlamento, Yariv Levin, em uma reunião transmitida pelo canal de TV oficial do Knesset.
O encerramento do prazo marca o fim de um casamento político conturbado entre Netanyahu e Gantz, que se enfrentaram em três eleições inconclusivas em abril e setembro de 2019, e novamente em março de 2020.
Após o pleito de março, os dois concordaram em formar um governo de unidade em abril.
Gantz, por sua vez, disse que nunca confiou em Netanyahu, mas que queria poupar os israelenses de uma quarta eleição, especialmente porque a pandemia estava ganhando força.
O acordo de coalizão de três anos determinava que Netanyahu exerceria o cargo de primeiro-ministro por 18 meses e transferiria a chefia de governo para Gantz em novembro de 2021. Agora, com a dissolução do Parlamento, essa transição de poder não vai mais acontecer.