O Partido Democrático Progressista (PDP) de Taiwan, que é contra a unificação da ilha com a China, venceu a eleição presidencial neste sábado. Lai Ching-te, atual vice-presidente, saiu vitorioso de um pleito definido pela China como uma escolha entre a guerra e a paz.
O PDP, que defende a identidade separada de Taiwan e rejeita as reivindicações territoriais da China, procurava um terceiro mandato, algo sem precedentes no atual sistema eleitoral de Taiwan.
No período que antecedeu as eleições, a China denunciou repetidamente Lai como um separatista perigoso e rejeitou os seus repetidos apelos por diálogo. Lai diz que está empenhado em preservar a paz através do Estreito de Taiwan e em reforçar as defesas da ilha.
O candidato do principal partido da oposição, o Kuomintang (KMT), Hou Yu-ih, admitiu a derrota nas eleições.
O KMT não é um partido aliado da China, mas era o favorito do governo chinês para essa eleição porque considera que Taiwan e a China são um único país.
Taiwan é o epicentro de uma crise entre os Estados Unidos e a China, um dos territórios mais indefinidos do atual cenário geopolítico mundial e um dos mais estratégicos para potências mundiais.
Para a China, trata-se de uma província rebelde que segue fazendo parte de seu território. Já para o governo de Taiwan, a ilha é um estado independente, gerido por uma Constituição própria, e por décadas foi considerada o próprio governo chinês, no exílio. Isso porque os atuais governantes de Taiwan foram os inimigos derrotados na década de 1940 pelos comunistas que governam atualmente a China.
A votação tem potencial para deteriorar as relações já não tão boas entre Taiwan e China, e até acelerar planos chineses de invadir a ilha.
Horas antes do começo da votação, a China fez ameaças abertas aos políticos a favor da independência de Taiwan: o governo chinês afirmou que vai tomar todas as ações para “esmagar” qualquer plano de independência e que isso não é compatível com a paz.
Fonte: Reuters.