A China provavelmente planeja dobrar seu estoque de ogivas nucleares nesta década, incluindo aquelas projetadas para serem carregadas por mísseis balísticos que podem atingir os Estados Unidos, disse o Pentágono em relatório divulgado nesta terça-feira (1º).
Mesmo com esses aumentos, a força nuclear da China será muito menor do que a dos Estados Unidos, que tem cerca de 3.800 ogivas ativas e outras em reserva, informa a agência de notícias Associated Press. Ao contrário dos EUA, a China não tem força aérea nuclear, mas o relatório disse que essa lacuna pode ser preenchida com o desenvolvimento de um míssil balístico nuclear.
O governo Trump tem instado a China a se juntar aos EUA e à Rússia na negociação de um acordo triplo para limitar as armas nucleares estratégicas, mas a China recusou. Funcionários do Ministério das Relações Exteriores da China disseram que o arsenal da China é muito pequeno para ser incluído nos limites negociados e que, ao pressionar a China para participar de tais negociações, o governo Trump criou um pretexto para abandonar o tratado de armas existente entre EUA e Rússia conhecido como Novo START. O acordo deve expirar em fevereiro, mas pode ser renovado por até cinco anos se Moscou e Washington concordarem.
Em seu relatório anual “Poder Militar da China” enviado ao Congresso, o Pentágono disse que a modernização e expansão das forças nucleares da China é parte de um esforço mais amplo de Pequim para desenvolver uma posição mais assertiva no cenário mundial e para igualar ou superar os Estados Unidos em 2049 como potência dominante na região Ásia-Pacífico.
“As forças nucleares da China evoluirão significativamente na próxima década, à medida que se moderniza, diversifica e aumenta o número de suas plataformas de entrega nuclear terrestre, marítima e aérea”, disse o relatório. “Durante a próxima década, o estoque de ogivas nucleares da China – atualmente estimado em pouco mais de 200 – deve pelo menos dobrar de tamanho à medida que a China expandir e modernizar suas forças nucleares.”