Os ataques dos militares ucranianos à usina nuclear de Zaporozhye criam o “perigo de uma catástrofe global” que pode levar à contaminação por radiação de vastos territórios, alertou o presidente russo, Vladimir Putin, durante uma conversa telefônica com seu colega francês, Emmanuel Macron.
Os dois líderes destacaram a importância de enviar uma missão da AIEA à usina nuclear o mais rápido possível para avaliar a situação real no terreno. O lado russo confirmou sua disponibilidade para fornecer a assistência necessária aos inspetores.
Além disso, os líderes discutiram o acordo de Istambul assinado em julho para garantir a exportação segura de grãos dos portos do Mar Negro. Ambas as partes concordaram em continuar os contatos sobre os temas discutidos e outros.
O polêmico relatório
Esta é a primeira conversa entre os dois líderes após o polêmico vazamento de seu diálogo telefônico anterior. O último telefonema entre Macron e Putin ocorreu em 28 de maio.
No final de junho, o canal francês France 2 transmitiu um documentário sobre Macron no qual foi exibido parte de uma conversa confidencial com seu colega russo.
O relatório, intitulado ‘Presidente, Europa e guerra’, centrou-se nos esforços do presidente francês para tentar ajudar a resolver a crise ucraniana.
- Em agosto, os ataques à usina nuclear de Zaporozhye se intensificaram. Com efeito, esta segunda-feira as autoridades locais denunciaram que a Ucrânia “disparou massivamente projécteis de artilharia” contra a Energodar, provocando explosões perto da central.
- O Ministério da Defesa russo denunciou nesta quinta-feira que os objetivos do bombardeio da usina pelas Forças Armadas ucranianas são criar uma zona de exclusão de até 30 quilômetros e acusar a Rússia de terrorismo nuclear.
- Zaporozhie é a maior usina nuclear da Europa e possui seis unidades de energia. O primeiro deles começou a funcionar em dezembro de 1984, enquanto o sexto, em outubro de 1995. Atualmente, a província de mesmo nome está sob controle parcial das forças russas.