Seis países da África Oriental sofrem com a maior praga de gafanhotos das últimas décadas, colocando em risco a segurança alimentar de milhões de pessoas, informou a Organização das Nações Unidas (ONU) na última segunda-feira.
Essa praga migratória pode percorrer até 150 km por dia e é capaz de devastar colheitas rapidamente. Até agora, os países afetados são Quênia, Etiópia, Somália, Djibuti, Eritreia e Uganda. Além disso, existe a preocupação de que ele se espalhe pelo Sudão do Sul e pela Tanzânia.
Segundo Mark Lowcock, vice-secretário geral de Assuntos Humanitários da ONU, em média uma nuvem de gafanhotos de um quilômetro quadrado pode conter entre 40 e 80 milhões desses insetos, que são capazes de “consumir em um único dia comida suficiente para alimentar 35.000 pessoas por dia”.
Nesse sentido, durante um briefing especial sobre a situação desses países africanos, o próprio Lowcock relatou que uma nuvem de gafanhotos de aproximadamente 2.400 quilômetros quadrados foi registrada no norte do Quênia, capaz de devorar “comida suficiente” para alimentar 84 milhões de pessoas em um único dia”.
Segundo dados da ONU, esta é a pior praga desse tipo que o Quênia sofreu nos últimos 70 anos. Por seu lado, a Somália e a Etiópia não sofreram uma catástrofe dessa magnitude há 25 anos.
Dada a crise humanitária e alimentar na África Ocidental, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação esperam arrecadar US $ 76 milhões em apoio urgente à região.