A Ucrânia descobriu um complô para uma tentativa de golpe com o envolvimento de russos, que deveria ocorrer na próxima semana, disse o presidente Volodymyr Zelensky na sexta-feira em uma entrevista coletiva.
Zelensky não deu detalhes completos sobre o plano de golpe e não acusou o Estado russo de envolvimento, embora também tenha falado longamente na coletiva de imprensa sobre uma ameaça de escalada militar russa e disse que a Ucrânia estaria pronta para isso.
O Kremlin negou rapidamente qualquer papel em qualquer conspiração de golpe, dizendo que não tinha planos de participar de tais atos.
A Rússia vem acumulando forças perto de sua fronteira com a Ucrânia. Kiev, os Estados Unidos e a OTAN expressaram preocupação nos últimos dias sobre um possível ataque russo – uma sugestão que o Kremlin descartou como falsa e alarmista.
“Temos desafios não apenas da Federação Russa e possível escalada – temos grandes desafios internos. Recebi informações de que um golpe de Estado acontecerá em nosso país em 1o e 2 de dezembro”, disse Zelensky.
A Ucrânia tinha gravações de áudio como prova do plano de golpe, acrescentou Zelensky.
Moscou e Kiev trocaram a culpa pelo aumento das tensões nas últimas semanas, aumentando o temor de que um conflito de longa duração entre a Ucrânia e os separatistas apoiados pela Rússia possa explodir em uma nova guerra aberta.
“Temos total controle de nossas fronteiras e estamos totalmente preparados para qualquer escalada”, disse Zelensky.
O chefe da inteligência militar da Ucrânia disse ao jornal Military Times na semana passada que a Rússia tinha mais de 92.000 soldados concentrados ao redor das fronteiras da Ucrânia e se preparava para um ataque no final de janeiro ou início de fevereiro.
A Ucrânia, que quer se juntar à aliança militar da OTAN, recebeu uma grande remessa de munições e mísseis Javelin dos EUA no início deste ano, gerando críticas de Moscou.
Zelensky também disse que seu chefe de gabinete, Andriy Yermak, em breve entrará em contato com representantes da Rússia sobre o impasse entre os dois países. Separadamente, Yermak disse que entraria em contato com o oficial sênior do Kremlin, Dmitry Kozak.