O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, disse que a disputa em curso sobre a Caxemira pode iniciar outro conflito com a Índia e criticou o país vizinho pelo que chamou de políticas “opressivas” na região contestada.
Falando em uma conferência de imprensa na sede das Nações Unidas em Nova York na terça-feira, Khan falou em termos graves sobre a situação na Caxemira e alertou sobre as chances de uma nova guerra com a Índia, antiga rival regional do Paquistão.
“Vim para Nova York apenas porque senti que, a menos que seja dado destaque ao que está acontecendo na Caxemira, o mundo não saberá”, afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que a disputa pela região cria “um potencial que dois países nucleares armados possam ficar cara a cara”.
“É a hora do mundo agir, antes que isso vá longe demais, porque é a primeira vez após a crise [de mísseis] cubana que dois países com armas nucleares” poderiam se desafiar no cenário mundial, prosseguiu.
Índia e Paquistão travaram duas guerras pela Caxemira, uma em 1947, logo após a divisão da Índia, e outra em 1965. O Paquistão atualmente controla uma faixa do território em sua extremidade ocidental.
Em agosto, o governo indiano revogou o status autônomo especial da Caxemira, despachando milhares de soldados para a região em preparação à agitação que era esperada após a decisão. Enquanto muitos observadores deram o alarme sobre possíveis abusos da maioria muçulmana da Caxemira, Nova Déli argumenta que a medida foi necessária para integrar totalmente a região na Índia e promover o desenvolvimento econômico.
O primeiro-ministro indiano Narendra Modi comemorou a decisão como “histórica”, argumentando que reduziria a corrupção e o “nepotismo” locais e permitiria que os habitantes locais “elegessem [seus] representantes de maneira transparente”.
Islamabad e Nova Déli trocam farpas cada vez mais duras desde a tentativa de rescindir o status especial da região, com a Índia acusando seu rival de apoiar grupos terroristas na área, enquanto o Paquistão criticou a Índia por uma “repressão” contra os muçulmanos da Caxemira e por violar sua parte do território.
Fonte: Sputnik.