Mariam (pseudônimo) nasceu em uma família muçulmana no Oriente Médio. Certo dia, seu marido começou a assistir a um programa de TV cristão. Quando questionado, ele garantiu que era “apenas curiosidade”, mas, lentamente, foi mudando de comportamento e entregou sua vida para Jesus.
O marido de Mariam levou alguns meses para confessar à esposa que havia se tornado cristão. Ela pediu divórcio e levou os filhos para a casa de um tio, mas, após algumas semanas, voltou para conversar com o marido e perguntou sobre sua fé. Dias depois, Mariam estava colocando a filha mais nova, que ainda não falava, para dormir. “Para minha surpresa, ela começou a gritar: ‘Jesus, Jesus, Jesus’. Desde então, decidi dar minha vida completamente a Jesus. Já se passaram mais de doze anos e não me arrependo disso”, compartilha.
Entretanto, depois de alguns anos, o comportamento do marido mudou novamente. Dessa vez, ele passou a sair sozinho e usar drogas. Além disso, os vizinhos descobriram sobre a conversão da família e a situação se tornou tão perigosa que precisaram se mudar. Na casa nova, o vício do marido de Mariam piorou e, infelizmente, o casamento acabou. Ela se mudou com os filhos para um apartamento.
O pastor da igreja ofereceu para Mariam um trabalho na cafeteria da igreja. Ela também começou a estudar a Bíblia e ministrar a mulheres convertidas. “Um dia, uma amiga da igreja me disse que a polícia tinha ido à minha casa e a destruído, procurando por mim e meus filhos”, disse Mariam.
O maior medo de Mariam
Ao perceber que o cerco estava se fechando, Mariam decidiu se mudar e não ir à igreja por um tempo. Durante esse período, o pastor que a ajudava fugiu do país, o ex-marido faleceu e todas as suas amigas a abandonaram. “Eu não tinha a quem recorrer. Estava sempre sozinha com meus filhos. Só havia Deus ao nosso lado”, afirma. Então, o que ela mais temia aconteceu. A polícia apareceu em sua porta após descobrir sobre sua conversão.
Os policiais a interrogaram e fizeram uma busca pela casa, encontrando sua Bíblia, o que a fez ser presa. “Eu pedi apenas para me despedir dos meus filhos e falei para eles não terem medo. Passei por todo tipo de tortura física e psicológica, além de abusos. Apesar de tudo, senti Deus me fortalecendo e caminhando comigo”, conta Mariam.
Em sua pequena cela, havia 55 prisioneiras. Durante os quatro dias de prisão, ela ministrou àquelas mulheres, mas depois soube que seria enviada ao seu país de origem, um lugar onde não vivia há décadas. “Foi um choque. Eu só pensava em meus filhos”, disse Mariam.
No dia em que foi deportada, os filhos foram vê-la. “Eu perguntei ao policial se podia abraçar meus filhos para me despedir. Ele concordou. Eu disse que encontraria uma forma de voltar para eles e que eles deveriam manter a fé. Quando o carro saiu, vi meus filhos correndo e gritando por mim. Isso partiu meu coração”, relembra. Como as crianças não tinham permissão para viajar sem um adulto, não puderam ir para o outro país com a mãe.
Em seu país de origem, Mariam entrou em contato com familiares e passou a viver com eles. Entretanto, eles já sabiam de sua conversão: “Eles me colocaram sob prisão domiciliar, me bateram e humilharam”. Isso fez com que ela fugisse para uma área onde ninguém a conhecia. Até agora, Mariam não reencontrou os filhos.
A história de Mariam não acabou. Você pode ser parte dela
Testemunhos como os de Mariam nos mostram o poder transformador das Escrituras. Com sua ajuda, a Portas Abertas pode levar recursos e Bíblias aos cristãos do Oriente Médio que abriram mão de tudo por amor a Cristo.