O presidente do Irã, Massoud Pezeshkian, classificou como “inaceitáveis” os pedidos para desmantelar as instalações nucleares do país. A declaração foi feita hoje após a conclusão da quarta rodada de negociações nucleares indiretas entre Teerã e Washington, realizada em Mascate, Omã.
O que aconteceu
EUA pedem que Irã desmonte as instalações nucleares do país, algo que o país discorda. “O tema do desmantelamento do conjunto das instalações nucleares iranianas é inaceitável para nós”, afirmou Massoud Pezeshkian. Segundo ele, o Irã “não renunciará aos direitos nucleares pacíficos”.
Países buscaram “entender melhor as posições” e encontrar caminhos “realistas e razoáveis” para superar as divergências. O porta-voz iraniano Esmaeil Baghaei afirmou, em publicação no X, que as conversas foram “difíceis, mas úteis”. A próxima rodada será coordenada e anunciada por Omã.
Negociações duraram mais de três horas e são as de mais alto nível entre os dois países. Crise começou após ato do primeiro governo de Donald Trump em abandonar um acordo firmado em 2015 entre os dois países. Esses detalhes foram relatados pela rede de TV Al-Jazeera.
Irã defende direito ao enriquecimento de urânio para fins civis e afirma que não aceitará limites nesse aspecto. Antes do encontro, o chanceler iraniano Abbas Araghchi declarou que “o enriquecimento é uma conquista do povo iraniano” e que o país pagou um preço alto por isso, com a morte de cientistas nucleares.
EUA exigem o desmantelamento total das instalações nucleares iranianas, incluindo os centros de Natanz, Fordow e Isfahan. Segundo a Al-Jazeera, o negociador norte-americano Steve Witkoff reiterou que essa é uma “linha vermelha” para Washington.
Enquanto isso, os EUA mantêm uma política de pressão máxima contra Teerã, com novas sanções impostas na semana passada contra empresas ligadas à exportação de petróleo iraniano. Desde 2018, o Irã tem elevado seus níveis de enriquecimento de urânio e hoje chega a 60% —próximo dos 90% necessários para armas nucleares. Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica, o país não deu passos concretos para construir uma bomba.
Fonte: AFP.