O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou que um porco em uma pequena fazenda no Oregon testou positivo para o vírus da gripe aviária H5N1, gerando preocupações sobre os riscos que a doença pode representar para os seres humanos. Embora a cepa tenha sido encontrada em diversos mamíferos nos EUA desde 2022, a detecção em um porco acende um alerta maior devido ao histórico desses animais em servir como hospedeiros que podem combinar genes de vírus da gripe humana e aviária, formando novos vírus com potencial pandêmico. As informações são da Barron’s.
Esse tipo de transmissão entre espécies preocupa os especialistas. A diretora do Centro de Pandemia da Escola de Saúde Pública da Universidade Brown, Jennifer Nuzzo, afirmou que o surgimento do H5N1 em porcos é “preocupante” e destaca que, historicamente, a combinação de genes nesses animais já levou à criação de novos vírus capazes de infectar humanos. O caso da pandemia de gripe suína de 2009 é um exemplo de como o vírus em porcos com genes aviários pode evoluir e alcançar a transmissão entre pessoas.
Primeiro caso de H5N1 em porcos nos EUA
A confirmação foi feita em uma fazenda em Crook County, no Oregon, onde o vírus foi detectado em uma das cinco criações de porcos. Os animais compartilhavam fontes de água e espaços com aves, que já haviam testado positivo para o H5N1. Embora duas amostras de porcos deram negativo e outras duas ainda aguardem resultado, os especialistas estão atentos à possibilidade de que a infecção tenha vindo de aves selvagens, as quais carregam diferentes cepas do H5N1.
De acordo com o USDA, essa é a primeira vez que a cepa H5N1 é identificada em porcos nos EUA, um desenvolvimento que, segundo o professor da Universidade de Minnesota, Dr. Marie Culhane, deve reforçar a vigilância dos criadores de porcos. Ele explica que a criação conjunta de diferentes espécies, como porcos e aves, facilita a troca de vírus, aumentando os riscos de novas infecções.
Vigilância reforçada
Embora a infecção tenha ocorrido em uma fazenda de pequeno porte, especialistas acreditam que, em casos de contaminação em larga escala, o impacto poderia ser muito maior, considerando a proximidade entre os animais em instalações comerciais. Segundo o CDC, até agora, 36 pessoas nos EUA foram infectadas, principalmente trabalhadores de fazendas, com casos de sintomas leves.
Os especialistas continuam monitorando a situação de perto, especialmente devido à capacidade do H5N1 de evoluir em um hospedeiro como o porco, aumentando a possibilidade de mutações que poderiam afetar gravemente a saúde humana.
Fonte: Exame.