É impossível acabar com o programa nuclear do Irã por meios militares, afirmou o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, em entrevista ao jornal Rzeczpospolita, publicada nesta quarta-feira (9).
O chefe da AIEA descreveu o Irã como um país grande, com uma economia considerável e um potencial industrial e capacidades técnicas significativas. Nenhum desses fatores pode ser anulado por meios militares. Grossi observou que, consequentemente, a comunidade internacional jamais resolveria a questão nuclear pela força.
A única solução é um acordo que abranja todas as questões-chave, mas, acima de tudo, inclua um sistema de verificação muito rigoroso, disse o chefe da AIEA.
Grossi ressaltou que a agência enfatizou a ausência de evidências confiáveis que comprovem que o Irã já possuía armas nucleares. Os dados do relatório, observou ele, eram sensíveis, pois indicavam alguma capacidade de fabricação de bombas, mas isso não equivalia à concretização dessa capacidade.
Grossi também afirmou que o órgão de vigilância nuclear acreditava que o Irã não havia tomado as medidas necessárias para construir uma arma nuclear.
Na noite de 13 de junho, Israel lançou uma operação contra o Irã, acusando-o de implementar um programa nuclear militar secreto. O Irã rejeitou as acusações, respondendo com seus próprios ataques. Durante 12 dias, as partes trocaram ataques, aos quais se juntaram os Estados Unidos, que atacaram instalações nucleares iranianas em 22 de junho.
Teerã retaliou atacando a base aérea norte-americana de Al-Udeid, no Catar. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou em 23 de junho que Israel e Irã haviam concordado com um cessar-fogo para encerrar a guerra.