O evento de jejum e oração “Isaías 62” organizado por evangélicos de todo o mundo a favor da conversão dos judeus culminou ontem, dia de Pentecostes, com uma concentração junto ao Monte do Templo, mais precisamente nos degraus do antigo Templo de Jerusalém, tendo sido perturbado por violentos protestos por parte de 2 grupos de judeus ortodoxos que gritavam através de altifalantes: “Missionários: ide para casa!”
O termo “missionário” tem uma conotação negativa em Israel. Os judeus religiosos acreditam que os cristãos evangélicos andam ali para tentar levar os judeus a abandonarem o judaísmo e deixarem de ser judeus.
“Há organizações cristãs missionárias que tentam chegar ao Muro Ocidental e a Israel!” – exclamou um dos protestantes quando inquirido das razões dos protestos, acrescentando: “Eles investem muitos milhões, e ninguém sequer lhes pediu para virem. Por que é que este país é importante para eles?” Este manifestante insinuou ainda que os grupos cristãos “tentam infiltrar-se nos nossos lugares mais sagrados.”
“Estamos simplesmente a proteger aquilo que nos é precioso!”
Ao mesmo tempo que esse grupo protestava pacificamente apesar do uso de altifalantes, um outro grupo de jovens radicais religiosos manifestava-se ruidosamente à entrada do parque arqueológico de Jerusalém. Estes, mais violentos e empurrando elementos da polícia chamados ao local e tentando impedir cristãos de entrarem no recinto arqueológico que dá acesso aos degraus do Templo.
Cerca de 150 manifestantes judeus ortodoxos compareceram, em resposta aos apelos de vários rabinos e do presidente da câmara da Cidade para que a população tomasse “uma posição forte contra um evento missionário de grande escala.”
Durante a refrega, uma das portas de vidro que dá acesso ao parque arqueológico foi quebrada quando um dos manifestantes empurrou um elemento da polícia contra a mesma.
“Existem aqui mais de 100 organizações missionárias. Eles andam a tentar aumentar a actividade missionária em Israel. Nós viemos para os interromper e parar” – afirmou um dos jovens ortodoxos.
O Dr. Wayne Hilsden, antigo pastor na assembleia messiânica “King of Kings”, em Jerusalém, e co-fundador do ministério “FIRM”, testemunhou que o evento não tinha a ver com a infiltração de cristãos nos lugares sagrados, mas sim um evento destinado à “oração pela salvação de Jerusalém.”
Um dos adoradores ali presentes afirmou: “É Pentecostes, e queremos ver o Espírito Santo a operar!”
Esta reunião no dia de Pentecostes em Jerusalém atraiu líderes de louvor de todo o mundo, bem como líderes de louvor árabes e equipas de louvor compostas por judeus messiânicos. Um dos líderes messiânicos afirmou tratar-se de “um evento privado, não um evento evangelístico.” Além disso, segundo ele, as autoridades locais tinham dado permissão para a realização do evento.
Este líder messiânico acrescentou ainda que se está a verificar um aumento dos ataques desde que a coligação governamental assumiu o poder: “Certamente que o governo tem um efeito na organização de protestos como estes.”
Referindo-se aos manifestantes mais violentos que empurraram e gritaram contra os presentes para irem embora, ele comentou: “Penso que parte da chamada dos grupos evangélicos é ‘dar a outra face’ e amar, apesar da violência e do ódio. E esse será o testemunho mais claro.”
Ariel Hyde, do ministério “Tree of Life Ministries”, afirmou: “Penso que foi um maravilhoso evento histórico, com tantos crentes de todo o mundo a juntarem-se a nós como um Corpo em Israel, para orarmos pela salvação de Israel.”
“É maravilhoso vermos a conexão entre a oração pela salvação de Israel e o apelo para levar o Evangelho a todo o mundo” – afirmou Hyde, acrescentando: “Eles estão realmente interligados, e no entanto muitos não os relacionaram nestes últimos 2 mil anos.”
Hyde afirmou ainda não estar incomodado pelos protestos, acrescentando que muitos dos presentes também não: “Foi tão maravilhoso ver a resposta dos crentes aos protestantes. Eu vi os crentes admirados com todo o barulho e com os que os tentavam impedir. Mas eles responderam em amor, atirando beijos e declarando aos manifestantes: “Nós vos amamos! Nós vos abençoamos!”
“Penso que isso demonstra o amor de Yeshua, esse amor que vence a raiva e o ódio.”