Presidente da Rússia Vladimir Putin não excluiu que a OTAN quer integrar-se plenamente com o bloco AUKUS (Austrália, Reino Unido e EUA).
“EUA estão buscando, entre outras coisas, reformular à sua medida o sistema de cooperação interestatal estabelecido na região da Ásia-Pacífico. A promoção das chamadas estratégias indo-pacíficas visa essencialmente a criação de alianças político-militares controladas por Washington“, disse Putin durante uma mensagem por vídeo aos participantes da XI Conferência de Moscou sobre Segurança Internacional na terça-feira (15).
“Não descartamos que as coisas estão sendo levadas para a plena integração das forças da OTAN com as estruturas do AUKUS”, acrescentou ele.
Durante o seu discurso o líder russo observou que os desafios à segurança em diferentes regiões do mundo são causados por aventuras geopolíticas e pelo neocolonialismo do Ocidente. De acordo com ele, em várias regiões do mundo “estão ardendo lentamente focos de tensão”.
“E embora os desafios de segurança em cada uma delas tenham suas próprias características, na essência todos eles são causados por aventuras geopolíticas, ações egoístas e neocoloniais do Ocidente”, disse o líder russo.
Rússia permanece um defensor de uma ordem multipolar baseada na primazia das normas e princípios do direito internacional, enfatizou Putin durante o seu discurso.
Ele apontou também para as tentativas de alguns países de antagonizar povos, provocar conflitos e forçar países à submissão de vassalagem no âmbito do neocolonialismo.
“Em diferentes regiões do mundo estão sendo inflados focos de conflito de longa data e novos [conflitos] estão sendo provocados. O propósito daqueles que fazem isso é óbvio: continuar a se beneficiar das tragédias humanas, colocar os povos uns contra os outros, forçar os países à submissão no âmbito do sistema neocolonial, explorar impiedosamente seus recursos”, disse Putin em seu discurso aos participantes da XI Conferência de Moscou sobre Segurança Internacional.
Relativamente ao conflito ucraniano o presidente russo disse que a injeção de bilhões de dólares no regime neonazista de Kiev e o fornecimento de equipamentos e armas estão sendo feitos para atiçar ainda mais o conflito e arrastar outros países para ele.