A natureza exata da arma – e se ela existe – não é clara. Mas a ameaça de satélites pode causar todo o tipo de danos – minando as comunicações, a vigilância, a inteligência e o comando e controlo em todo o mundo, incluindo na esfera nuclear.
Não está claro por que a Rússia precisaria de usar armas nucleares para destruir um satélite. O New York Times disse que os Estados Unidos não podem combater tal arma.
A seguir está o que é conhecido e o que não é conhecido.
Quão preocupados estão os EUA com a ameaça?
Os Estados Unidos informaram o Congresso e os aliados na Europa sobre novas informações relacionadas às capacidades nucleares russas que poderiam representar uma ameaça internacional, disse à Reuters uma fonte informada sobre o assunto na quarta-feira.
As novas capacidades, relacionadas com as tentativas russas de desenvolver uma arma espacial, não representam uma ameaça urgente para os Estados Unidos, disse a fonte.
Fontes disseram mais tarde que o alerta estava relacionado às capacidades russas no espaço e aos satélites. Uma das fontes disse que o problema era sério, mas não estava relacionado com uma capacidade ativa nem deveria ser motivo de pânico.
Citando um actual e um antigo funcionário dos EUA, o New York Times informou anteriormente que a nova informação estava relacionada com as tentativas da Rússia de desenvolver uma arma nuclear anti-satélite baseada no espaço. A ABC News também informou que a inteligência tinha a ver com tal capacidade. Autoridades atuais e antigas disseram que a arma nuclear não estava em órbita.
A inteligência veio à tona depois que o deputado Mike Turner, presidente republicano do comitê de inteligência da Câmara dos Representantes dos EUA, emitiu uma declaração incomum e enigmática na quarta-feira alertando sobre uma “séria ameaça à segurança nacional”.
Armas nucleares no espaço?
A Rússia e os Estados Unidos são de longe as maiores potências nucleares: juntos, os seus arsenais detêm cerca de 90% das armas nucleares do mundo e ambos possuem satélites militares avançados em órbita da Terra.
Nos primeiros anos da Guerra Fria, depois de a Rússia ter dado um salto à frente na corrida espacial e de ambos os lados terem desenvolvido mísseis balísticos intercontinentais, o Ocidente propôs um tratado para proibir as armas nucleares no espaço.
O resultado final foi o Tratado do Espaço Exterior de 1967, que proíbe colocar qualquer arma de destruição em massa em órbita ou no espaço exterior.
Os Estados Unidos consideram a Rússia e a China como os seus maiores concorrentes a nível estatal e dizem que ambos estão a desenvolver uma série de novos sistemas de armas, incluindo capacidades nucleares, cibernéticas e espaciais.
A Rússia afirma que o domínio pós-Guerra Fria dos Estados Unidos está a desmoronar-se e que durante anos Washington semeou o caos em todo o planeta, ignorando os interesses de outras potências. Moscovo diz que os Estados Unidos também estão a desenvolver uma série de novas armas.
O que a Rússia disse?
A Rússia não confirmou nem negou a existência de tal arma, mas rejeitou o alerta dos EUA como uma “fabricação maliciosa” e um truque da Casa Branca com o objetivo de fazer com que os legisladores dos EUA aprovem mais dinheiro para combater Moscovo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não comentaria o conteúdo dos relatórios até que os detalhes fossem revelados pela Casa Branca. Mas ele disse que o aviso de Washington era claramente uma tentativa de fazer com que o Congresso aprovasse mais dinheiro.
“É óbvio que a Casa Branca está tentando, por bem ou por mal, encorajar o Congresso a votar um projeto de lei para alocar dinheiro, isso é óbvio”, disse Peskov. “Veremos que truques a Casa Branca usará.”
O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, responsável por Moscou no controle de armas, acusou os Estados Unidos de “fabricação maliciosa”, informou a agência de notícias TASS.