O verão europeu do ano passado foi o mais quente já registrado e causou milhares de mortes, confirmou um relatório conjunto da Organização Meteorológica Mundial (OMM) e cientistas da União Europeia, com um alerta de que tais eventos podem se tornar mais rotineiros.
O relatório sobre o estado do clima informou que a Europa é o continente de aquecimento mais rápido do planeta, com a temperatura em alta de cerca de duas vezes a média global desde a década de 1980.
As ondas de calor causaram cerca de 16.000 mortes a mais no ano passado na Europa, disse o relatório publicado nesta segunda-feira.
“Infelizmente, isso não pode ser considerado uma ocorrência única ou uma estranheza do clima”, disse o Dr. Carlo Buontempo, diretor do Copernicus Climate Change Service.
“Nossa compreensão atual do sistema climático e sua evolução nos informa que esses tipos de eventos fazem parte de um padrão que tornará os extremos de estresse térmico mais frequentes e intensos em toda a região”, disse.
Cientistas alertaram para temperaturas elevadas à frente a níveis recordes em todo o mundo, à medida que o aquecimento excessivo resultante das mudanças climáticas mistura-se à tendência causada pelo El Niño.
A razão pela qual a Europa está aquecendo mais rápido do que outros continentes tem a ver com o fato de que grande parte do continente está no subártico e no Ártico — região de aquecimento mais rápido da Terra –, assim como mudanças nos feedbacks climáticos, disseram cientistas.
No ano passado, ondas de calor marinhas severas e extremas foram relatadas em partes dos mares Mediterrâneo, Báltico e Negro, enquanto o derretimento das geleiras foi o mais alto já registrado, acrescentou o relatório.
No geral, a temperatura média da Europa em 2022 ficou entre a segunda e a quarta mais alta já registradas, afirmou o estudo.
Mas, no que a pesquisa chamou de sinal de esperança, a energia renovável foi responsável por mais eletricidade da UE (22,3%) do que o poluente gás fóssil (20%) pela primeira vez no ano passado.
Fonte: Reuters.